domingo, 11 de abril de 2021

Por que?

 

            Sempre escrevo algo sobre coisas importantes, busco sempre expressar o que vejo e acredito ser importante que seja dito. O caso do menino Henry é um assunto tão triste que pensei em não escrever nada, mas não é possível...

            Chegamos num tempo tão hediondo que não se encontra mais esperança de seguir em frente. Lembro-me da comoção pela morte da atriz Daniella Perez, assassinada pelo ator e colega dela, Guilherme de Pádua, hoje ‘pastor evangélico’. Diversos crimes foram ‘chocantes’ e comoveram um país. Mas hoje em dia parece que há um acostumar-se com a morte, com o crime, com a corrupção, com a irresponsabilidade e com todo tipo de maldade.

            A morte deste menino, não só nos impacta e choca como também nos leva a uma desesperança. Somos solapados por noticias que achávamos que não seriam possíveis. Como o título de um filme antigo (Matou o marido e foi ao cinema), vimos uma mãe ir para o salão de beleza, durante a investigação da morte do filho. Conversar com uma babá que relatava uma situação de perigo para o seu filho, enquanto seguia suas ‘atividades’ na futilidade de sua vida. Uma mãe que tira ‘selfies’ na delegacia. Um padrasto agressor, covarde e monstruoso que em sua defesa se diz ‘amigo’ da cantora, deputada e ‘evangelista’ Flor de Lis, que também é mandante de assassinato...

            Por que Henry foi morto? Por estar sendo uma criança? Por ter ‘incomodado’? Ou por que mais uma vez (das tantas que aconteceu), um bandido foi eleito e reeleito até achar que podia estar acima da lei?


            Há bem pouco tempo escrevi um texto que diz que o mundo está ao contrário e ninguém reparou, mas é bem pior do que isto: o mundo naufragou como o Titanic e o Brasil está nas classes de baixo, onde a água já invadiu.

            Temos um louco governando uma corja de assassinos e mandantes de crimes, não só deste tipo (como o caso Marielle Franco), mas também como os que são deixados para morrer sem ar e sem vacina. Mas o pior ainda vai se desvendando nestes crimes que ‘o homem de bem, doutor vereador, assassino de criança’ se diz amigo da família bolsonaro em sua defesa e não vimos nenhuma manifestação nem do governo, nem da Damares, ‘defensora’ da família e dos bons costumes, que acha ser mais importante falar na cor da roupa do que na vida de meninos e meninas.

            Será que ficamos tão duros e desalmados que não nos importamos nem com o assassinato de um menino de 4 anos, nem os mais de 353 mil brasileiros mortos até hoje?

            Ou será que a nossa desumanidade latente nos levou a este momento tão triste onde nos sentimos sem esperança de mudança ou justiça alguma?

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