domingo, 5 de março de 2023

Sobre amar e sobre amores...

Em duas célebres explicações de amor, de amizade, estas me encantam...

Michel de Montaigne ao dar conta sobre sua amizade com Étienne de La Boétie, disse:

"Porque era ele, porque era eu"


Aquilo que apenas se sente, sem justificativas ou explicações...


Já a fala de Frida, nos remete para abnegação, entrega e até dor. Igualmente fortes estas frases, estas falas se mostram intensas e profundamente coerentes em suas percepções de amor, de amar  e de sentir...



terça-feira, 20 de setembro de 2022

Sensatez, respeito e esperança... sobre as eleições

 

            Faz um tempo que não escrevo (pelo menos aqui na página), me desculpem aqueles que me leem. Mas não é por falta de assunto, mas sim falta de tempo. Hoje resolvi falar, pois faltam poucos dias para uma eleição que será muito antagônica, polarizada e infelizmente a menos pacífica dos últimos tempos.

            Pois estarão em jogo dois extremos, que se polarizaram nos últimos anos. Não vou tecer aqui comentários sobre este ou aquele, me desculpem, não é o objetivo deste texto...

            Este texto apela para a sensatez, para o respeito e para a esperança. A sensatez de sabermos que os preferidos de cada lado, não estão nem aí para as brigas de seus ‘defensores’, não brigam por nós, mas por seus interesses, então não vale a pena brigarmos entre nós, o maior medo deles (independentemente do lado) é que venhamos a descobrir que somos mais fortes do que eles. Algo do tipo da cena dos gafanhotos da animação vida de inseto, onde mostra com clareza este medo...

            Respeito porque estamos cheios de tanta falta de respeito e não podemos ser coniventes com este tipo de mundo que esta sendo criado. Falta de respeito ao trabalhador, ao eleitor, falta de respeito às crianças, mulheres, pretos, amarelos e todo tipo de variedade que seja diferente do escolhido por determinados grupos. Respeito a coisa pública e ao privado também. Respeito ao coletivo e ao individual. Compreensão sobre o que é e o que não é. Respeito à bandeira e as cores da nação, pois elas não representam nem um partido e muito menos alguém, estes símbolos tem história e porque de ser...

            Esperança, pois precisamos resgatar nosso país em sua totalidade, não aceitamos a corrupção, basta não importa se de esquerda ou direita, não queremos mais. Mas também não queremos sucateamento da educação e descaso com a saúde. Precisamos crescer como povo e nação e resgatarmos a nossa dignidade. Com tudo, isto quero dizer a cada amigo ou amiga, conhecido ou conhecida, que daqui alguns dias teremos uma eleição, mas nenhum dos candidatos, de nenhum partido valem vidas de pessoas, sejam estas quem forem, não briguem por eles, pois eles não brigam por vocês.

            Vote, mas respeite o diferente, o contrário, pois o que nos separa é apenas um ponto de vista e pode ter certeza, isto é muito pouco para que briguemos...


terça-feira, 10 de maio de 2022

domingo, 8 de maio de 2022

Sobre a luz...

  Muitas vezes observo e até fiz alguns posts sobre a incidência da luz e a forma como a luminosidade se expressa, transforma e nos apresenta o mundo. Um dia Jesus disse que ‘se teus olhos forem bons, todo teu ser será luminoso, mas se teus olhos forem maus, que grande escuridão será’...

A reflexão que quero trazer hoje é sobre a luz, sobre nossa necessidade dela, sobre a escuridão que nos envolve a cada dia e sobre o quanto se precisa de iluminação. Nossa carência de luz tem levado-nos a um sem fim de becos escuros, de guetos espirituais...
Nossa luz se esvai, numa terra que se escurece, por falta de entendimento, por ignorância e principalmente por maldade pura e falta de empatia, falta de perdão, falta de olhares bondosos. Este mundo que se ‘apequena’ a cada dia, se conforma a uma tela de 4,5 polegadas, com milhões de cores em milhares de megapixels, mas cada vez menos iluminados...
A história nos ensina que a iluminação se dá na dificuldade, Sócrates testava seus limites físicos enquanto meditava sobre as verdades filosóficas. Buda se iluminou em jejuns e meditações, observando os podres do reino, Sidarta se tornou Buda. Jesus ascendeu no deserto em jejuns, no jardim das oliveiras e por fim no Gólgota, ao render-se ao plano maior. Gandhi iluminou-se em um jejum social e pacífico, caminhando e lutando por seu povo sem tocar em uma arma, sem brigar ou ofender quem quer que seja...
A incidência da luz é o sair da escuridão, a visão é sair da escuridão. A escuridão e as trevas são nossos julgamentos errados, nosso ego inflado, nossa pseudo sabedoria e nossa pretensão em ser algo. O equilíbrio do ser humano é saber ser poeira cósmica de um ínfimo instante e ainda assim ser um ser humano único. A escuridão não é nada mais do que a ausência de luz. Assim como o mau é a ausência do bem.

domingo, 24 de abril de 2022

Eu não vou para o inferno...

 


As definições etimológicas da palavra inferno vem desde os gregos e basicamente concordam na questão de serem lugares baixos, mundo inferior, o reino de Hades...

Nossa fundamentalista criação cristã nos apresentou o ‘medo do inferno’, de ir para o inferno, do castigo, da danação eterna. Aprofundada de maneira ainda mais cruel nas ramificações evangélicas pentecostais e neopentecostais. Destas últimas fiz parte e me tornei por muitos anos pastor e pregador, ensinando as escrituras e tentando ‘tirar’ o máximo de pessoas deste ‘destino’.

Depois disto tive a minha própria viagem ao inferno e de lá consegui sair...

E então para que falar disto e afirmar isto?

Porque eu não vou ir para o inferno, não por ser santo, ou por ser ‘bonzinho’, mas simplesmente por saber que não é assim, por ter aprendido, conhecido e compreendido de uma maneira muito clara que:

Só vai ir para o inferno quem afirma que este ou aquele irá. Só irá para o inferno quem faz da vida do seu próximo um inferno. Quem exige condutas e moral sem cumprir estas mesmas condutas. Quem na ganância se esqueceu do ‘de graça recebestes, de graça dai’. Só vai para o inferno os que se autodenominam pastores, líderes e guias. Só vão para o inferno aqueles que se esqueceram que precisam fazer o céu aqui na terra para o seu próximo e não para si mesmo.

Só irão para o inferno os fariseus e doutores da lei de hoje, que negociam nos templos à semelhança dos fariseus dos tempos de Jesus, mas que hoje vendem tantas coisas e até o ar e a água como se fosse santa, ungida ou sabe-se lá o quê...

O inferno não foi feito para o sofrimento do homem que já sofre e luta para viver e sobreviver neste mundo injusto e cada dia pior. O inferno foi feito para os que negociam o perdão, vendem o céu, sobrecarregam os pobres e roubam o templo. Entenda-se o templo aqui como o corpo de cada um onde habita o Seu espírito.

Só vai para o inferno, para os lugares baixos, são os que vibram nesta frequência baixa, medíocre e rasa, sem ver a grandeza de cada ser humano, expressão maior do amor de Deus.

Que cada um de nós saiba que o céu é aqui e começa aqui. E está no coração dos que promovem a paz. A eternidade é aqui, já esta acontecendo e cabe no sopro da vida que se vive de maneira digna.

Só vai para o inferno aqueles que se acham mais filhos de Deus que outros. Que colocam seus adesivos e camisetas se dizendo filhos do Rei, como se os outros todos não o fossem. Que usam carros com ‘propriedade de Jesus’, mas que não dão nem carona para os milhares de outros coerdeiros dos mesmos bens...

O inferno mão é um lugar, mas um estado de espírito opressor que faz com que aqueles que deveriam ser os ‘homens e mulheres de Deus’ se tonem os algozes dos irmãos, mercadores de bênçãos e vendedores da graça...


sexta-feira, 19 de novembro de 2021

 

                Tem um texto na Bíblia que eu gosto muito que é a segunda multiplicação dos pães, que está lá no capítulo 15 de São Mateus, onde Jesus chama os discípulos e diz: “Tenho compaixão desta multidão, já faz três dias que eles estão comigo e nada têm para comer. Não quero mandá-los embora com fome, porque podem desfalecer no caminho”.

            Tão diferente do show business evangélico de hoje, onde a fome do povo é o segundo negócio mais explorado no templo, o primeiro é a arrecadação de dízimos, ofertas e vendas de souvenires. E sei que quem estiver lendo isto e for destes tantos que só exploram a fé, irão dizer junto com os discípulos que: “onde vamos encontrar alimento suficiente para alimentar tanta gente?”...

            Aí Ele faz a pergunta alvo deste texto: “Quantos pães vocês têm?”

            A solução apresentada para a fome, por Jesus, foi uma pergunta aos que almejavam serem pastores e apóstolos: Quantos pães vocês têm?

            Ou seja, o que vocês têm para dar e não o que vocês podem tirar. O que vocês oferecem? O que vocês vão fazer para resolver a fome é ver o que vocês têm, é dar o que vocês têm. É olhar e perguntar o que eu tenho para dar? Não! É o que vocês têm, é do que se têm e não do que não se quer mais que se deve tirar a solução. E mais do que isto é do que têm os pseudos apóstolos que vai trazer a solução para a fome...

            Não custeando shows financiados por criminosos e vendendo lanches, camisetas e outras coisas ou ainda tirando ofertas mil, mas sim abrindo mão do têm, do que possuem. Nem com campanha do quilo, ou ainda uma sopa de vez em quando para os pobres...

            Sei que alguns devem estar desconfortáveis, mas é este o ponto: Como ficar confortável diante de tanto absurdo, de tanta hipocrisia? Dia após dia o que vemos é a exploração da fé e da fragilidade das pessoas. Tão diferente da frase inicial de Jesus: Tenho compaixão...

            Tenham compaixão e rasguem suas gravatas e desgrenhem seus cabelos engomados e se arrependam de suas falácias, de suas arrogâncias e maldades. Querem ser ‘homens e mulheres de Deus’? Sejam, mas sempre lembrando da orientação dada a quem deseja este caminho: Contentem-se com pouco, se tiverem duas roupas deem uma, se desfaçam da soberba e sejam simples e humildes... Como Ele foi.


quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Bom demais?

 

            Na construção aristotélica da virtude ele define que o meio termo, a mediania é onde habita a sabedoria, fugindo do excesso e da falta. Que um homem será um homem bom, ou homem de bem se tiver prudência e equilíbrio.

            Por outro lado temos aprendido que o mercado de trabalho é muito competitivo e que quanto mais você se especializar e se capacitar, mais apto você estará para desempenhar uma determinada função ou atividade.

            Mas o que tenho visto e sentido na pele é que a medida que me capacito, mais difícil fica de conseguir um lugar de trabalho. Já ouvi diversas vezes que o meu currículo é bom demais...

            Como assim? Então teremos de ‘esconder’ capacidades e aptidões para que os interlocutores não se sintam ameaçados, para que não tirem conclusões a cerca de nossas expectativas?

            Ou será que o nível é tão medíocre que há uma preferência pela mediocridade ao invés de se buscar a excelência?

            Tenho lutado durante um período grande demais para me capacitar, me equipar e me reinserir no mercado de trabalho, me recolocar de maneira minimamente tranquila e o que escuto é que meu CV é bom demais, já ouvi de um supervisor certa vez que ele não levaria meu currículo para que sua vaga não fosse ameaçada. Não sou uma ameaça, sou um homem simples de 54 anos, fazendo sua segunda graduação e com algumas capacitações que tenta dia após dia ter o seu lugar ao sol.

            Já ajudei muita gente, fui canal de emprego para muitos, e nunca me senti ameaçado. As pessoas hoje em dia, até num lugar onde todos tem a mesma função e o mesmo salário tentam derrubar umas as outras sem compreender como funciona uma organização, empresa ou projeto. Sem entender que cada um de nossos saberes, sejam teóricos os empíricos, experienciais ou não, tem o seu valor e sua importância.

            Será que há um ser bom demais? Claro que não, nem eu, nem ninguém, todos temos limitações e dificuldades. E ninguém que precise desmerecer alguém para se sentir minimamente importante deve ser acolhido. Nosso valor é mostrado na eficácia de nossas atitudes e ações.

            Espero de fato que as pessoas encarregadas das captações de talentos compreendam que é muito mais inteligente contratar uma pessoa bem qualificada e que esta disposta a trabalhar do que qualquer pessoa que seja que não dá valor para a oportunidade que recebe.


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