sexta-feira, 19 de novembro de 2021

 

                Tem um texto na Bíblia que eu gosto muito que é a segunda multiplicação dos pães, que está lá no capítulo 15 de São Mateus, onde Jesus chama os discípulos e diz: “Tenho compaixão desta multidão, já faz três dias que eles estão comigo e nada têm para comer. Não quero mandá-los embora com fome, porque podem desfalecer no caminho”.

            Tão diferente do show business evangélico de hoje, onde a fome do povo é o segundo negócio mais explorado no templo, o primeiro é a arrecadação de dízimos, ofertas e vendas de souvenires. E sei que quem estiver lendo isto e for destes tantos que só exploram a fé, irão dizer junto com os discípulos que: “onde vamos encontrar alimento suficiente para alimentar tanta gente?”...

            Aí Ele faz a pergunta alvo deste texto: “Quantos pães vocês têm?”

            A solução apresentada para a fome, por Jesus, foi uma pergunta aos que almejavam serem pastores e apóstolos: Quantos pães vocês têm?

            Ou seja, o que vocês têm para dar e não o que vocês podem tirar. O que vocês oferecem? O que vocês vão fazer para resolver a fome é ver o que vocês têm, é dar o que vocês têm. É olhar e perguntar o que eu tenho para dar? Não! É o que vocês têm, é do que se têm e não do que não se quer mais que se deve tirar a solução. E mais do que isto é do que têm os pseudos apóstolos que vai trazer a solução para a fome...

            Não custeando shows financiados por criminosos e vendendo lanches, camisetas e outras coisas ou ainda tirando ofertas mil, mas sim abrindo mão do têm, do que possuem. Nem com campanha do quilo, ou ainda uma sopa de vez em quando para os pobres...

            Sei que alguns devem estar desconfortáveis, mas é este o ponto: Como ficar confortável diante de tanto absurdo, de tanta hipocrisia? Dia após dia o que vemos é a exploração da fé e da fragilidade das pessoas. Tão diferente da frase inicial de Jesus: Tenho compaixão...

            Tenham compaixão e rasguem suas gravatas e desgrenhem seus cabelos engomados e se arrependam de suas falácias, de suas arrogâncias e maldades. Querem ser ‘homens e mulheres de Deus’? Sejam, mas sempre lembrando da orientação dada a quem deseja este caminho: Contentem-se com pouco, se tiverem duas roupas deem uma, se desfaçam da soberba e sejam simples e humildes... Como Ele foi.


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