Toda semana quase tenho encaminhado dependentes de drogas
(como também já fui um dia) para internação e observo sempre e cada vez com
mais frequência alguns indícios importantes, comuns a quase todos os casos.
E por isto resolvi escrever, ouvi de uma mãe de um
dependente químico esta semana: “Não tenho responsabilidade pelas atitudes dele”.
E de outra: “Coitadinho está sem comer desde ontem, vou preparar um café para
ele”. Ambos na faixa de trinta anos, com filhos já adolescendo...
Ouvi na reportagem sobre a comunidade terapêutica que
pegou fogo, onde morreram sete pessoas que estavam lá para se tratar, um pai
falando que: “A gente põe o filho ali para ser cuidado e acontece isto”. E de
outro: “A gente espera que o filho siga o exemplo da gente”
Não me tomem por julgador de pais, não a responsabilidade
direta da dependência e de tudo que advém do vício é sempre de quem usa!
Mas
faço aqui um pedido aos pais e mães:
Aprendam a dizer NÃO, ponham
limites.
Não espere para ver a polícia
colocar.
Ensine e deixe que enfrentem as consequências
de suas escolhas, não passem a mão por cima das atitudes erradas dos seus
filhos.
Não os justifiquem com, é muito
novo, muito pequeno, muito inocente, pois para nós pais eles sempre serão mas
para os outros não, para os outros sabem como eles vêm o seu filho? Do mesmo jeito que você vê
o filho dos outros (que criança mal educada, será que os pais não estão vendo? Se
fosse meu filho...)
Já
fui dependente, conheço suas entranhas e sei que sempre culparão alguém por
seus fracassos, inclusive e quase que em primeiro lugar culparão aos pais e
mães...
Entendamos que a responsabilidade de
criar um filho não é dar o que precisam e o que querem, mas educar e ensinar,
preparar para a vida, para o mundo, para os reveses e desafios do cotidiano. E que
temos que entender hoje que se não colocarmos os limites, formos firmes e
coerentes, falando a verdade e tendo um SIM que é sim e um NÃO que é
definitivamente não, então alguém colocará, seja um policial, um monitor de uma
comunidade ou ainda pior a morte. Pelas mãos de um traficante ou de um fogo
consumindo uma comunidade...
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