segunda-feira, 28 de maio de 2018

Incapacidade, achismos e ignorância...(ainda sobre a situação do país)


         Nestes últimos dias vi, li e ouvi tanta coisa por conta da situação no país que me fizeram refletir em algumas delas. Percebi que muita gente não compreendeu do que se tratava, alguns acharam que era para que os combustíveis baixassem. Outros pensavam ser um tipo de boicote e o pior de tudo foram as milhares de notícias falsas a respeito da paralisação dos caminhoneiros.
         Mídias diversas e pretensos ‘midiáticos’ travaram verdadeira campanha de desmoralização do ‘movimento’. Há ainda aqueles e aquelas que de uma hora para outra ‘sabiam’ tudo da malha rodoviária e das atividades do ramo dos transportes. Não faltaram os ‘pais da criança’ nos mais diversos seguimentos político partidários.
         Além disto surgiram os alarmistas e até pseudocomandantes militares anunciando intervenção. Vídeos antigos e novos editados e mixados vieram anunciando todo tipo de informação, sempre seguidos com o famoso ‘compartilhem sem dó’...
         Foi a primeira vez em muito tempo que uma ação de categoria causou um impacto real e provocou resposta do governo federal. Mas vi professores reclamando a não adesão em suas greves recentes por parte da população, vi uma ‘jornalista’, do tipo que ainda acha que queremos a opinião e não a notícia, dizendo que era ‘baderna’ e outras coisas...
         E a reflexão que me vem é que há uma infantilização nas pessoas que geram estas reações. Que as impede de perceberem que somos uma nação, um povo e um país que necessita urgente de mudanças, de reformas em tantas áreas. Que precisa de reforma tributária, política e social, mas também de revisão das vantagens usufruídas já há tanto tempo que as pessoas acreditam terem direito.
         Gente aposentada há tempo prejudica e muda as regras para os outros. Acham difícil reduzir 0,46 no diesel, mas acham os milhões dos fundos partidários pouco para as manobras eleitoreiras. Decidem a redução do salário mínimo e de direitos trabalhistas e assinam com as mesmas canetas os aumentos e benefícios para eles mesmos em seus salários astronômicos. Que atribuem valor ao que lhes interessa e difamam o que não lhes importa.
         Gente que não faz nada e critica quem faz. Gente incapaz com inveja quem se capacita. Gente que não sabe o que é ser brasileiro como povo que vive a ‘concórdia’ nas suas ações sociais e políticas. Que não entende a grandeza do que pode acontecer pois nunca tiveram ideia do que realmente acontece de fato...

sábado, 26 de maio de 2018

Não há greve, há ação...sobre a paralisação dos caminhoneiros...


     
         Não há uma greve de caminhoneiros, há um movimento de trabalhadores verdadeiros e legítimos em busca de direitos, de trabalhar, de sustentar suas famílias e de lutar por uma nação...
         Não há uma crise criada pela paralisação de uma categoria, há uma ação ‘desesperada’ para provocar a ação de uma desgoverno sedimentado na corrupção e no favoritismo para os seus que precisa cobrar cada vez mais do trabalhador para manter seus benefícios e luxo às custas de quem realmente trabalha...
         Não há um governo golpista se beneficiando em cima de ‘santos injustiçados’, mas sim a continuidade de um processo de dilapidação do país iniciado talvez no ‘mensalão’, talvez tão logo Collor assumiu, ou ainda talvez quando D. Pedro gritou no Ipiranga o brado da ‘independência’...
         Não há baderna, panelaço, quebradeira e nem caras pintadas, porque os trabalhadores de verdade não precisam de nada disto, pois aquilo que é fundamental, basta parar que se nota, aquilo que é essencial se sente falta logo: no gás, no fogão, no transporte, no combustível e no ir e vir...
         Não há boicotes, não há falta de remédios, oxigênio ou qualquer coisa vital, pois são pessoas que trabalham de verdade que estão paralisadas, e trabalho honesto faz falta...
         Tão diferente do governo, tão diferente dos políticos que querem se parecer importantes, mas que podem ‘parar’ por um ano e nada para, nada muda e até porque ficam mais parados recebendo vantagens e criando jeitos de tirar mais um pouco da gente que seria uma ‘bênção’ se parassem, de preferência para sempre...
         Que o povo livre perceba a sua grandeza, que a gente sinta a força que há em nós ao juntos decidirmos mudar o quadro geral, pois nós não precisamos dos políticos, eles que precisam de nós...
            Que lembremos que a ‘democracia’ é apenas um regime de governo e não uma virtude se não estiver na mão de virtuosos, pois na mão de canalhas, ladrões e corruptos qualquer regime de governo sucumbe e no nosso caso, até então a ‘democracia’ tem sido apenas uma maneira de continuísmos dos mais variados tipos de corrupção e não a voz da maioria, quem sabe esta ‘paralisação’ seja o nascimento de uma verdadeira ação democrática e que venha a garantir o direito e do  bem viver da maioria e não da corja de aves de rapina que saqueiam o país há tempo demais já para que toleremos um dia mais sequer...
            Não há um caos e uma crise causada pela paralisação, há sim a possibilidade de que acordemos e tomemos de volta o poder que pertence ao povo e venhamos a dar um fim ao séquito sem fim de corruptos de todas as siglas e representantes de tantas vertentes, de todos os “Ps” e “Ms” ou sigla que for, que já não nos representam mais...
            O que realmente existe hoje é a real possibilidade de que aconteça algo neste país quebrado por todos os que já estiveram ou estão lá...


domingo, 20 de maio de 2018

Jogado aos leões...


         Tem momentos na nossa vida que parece que o universo está brincando com a nossos sentimentos. Que Deus se esqueceu de nós, nos relegou a segundo, terceiro ou quarto plano ou ainda nos entregou na mão de pessoas que não gostam de nós...
         Nestes dias onde tudo parece ruir diante de nós, como se o chão virasse uma areia movediça em que se a gente espernear vai afundar ainda mais e perder até o pouco que tem...
         É como se quem pode fazer algo, resolvesse não fazer, se omitisse ou pior: ajudasse no dano feito contra nós...
         O emprego se vai...
         A viagem não dá certo...
         O dinheiro certo não chega...
         Então o nosso coração fica pequeno, apertado dentro do peito, numa sensação de abandono, de esquecimento. Onde estas pessoas decidem a respeito de nossa vida, sem medir, sem avaliar ou simplesmente avaliando levianamente sobre o futuro ou a vida, a sobrevivência ou o sustento de alguém...
         E ainda piora, ao sabermos que quem tem a possibilidade que nos é tirada, não valoriza e nem mesmo se importa com isto tudo. Onde somos preteridos em favor de menos qualificados e interessados. Onde quando tudo estava indo relativamente bem e de repente tudo muda e somos desafiados a encontrar forças para continuar...
         Quando seus sonhos são jogados aos leões, quando, sem cuidado algum, brincam com a sua vida, onde encontrar forças?
         Não brinque com as pessoas, com suas trajetórias. Você não tem ideia do dano que você faz. Se esta na sua mão, cuide e lembre-se o que você faria se fizessem assim com você?
         “Não brinque com a vida das pessoas, não tolere quem brinca com a vida dos outros”
         Ali, naquela pessoa, existem sonhos, planos, esperanças e muitas coisas que você não tem ideia...

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Razão, sensibilidade e muitas dúvidas


        Todos os dias temos observado discussões acaloradas de todo tipo, com todo tipo de argumento e sobre todos assuntos. As pessoas discutem por política, religião, futebol, economia, arte, cultura e tudo mais. Dentro do assunto ‘política’ há embate de esquerda e direita, de esquerda radical com esquerda ‘light’ e de direita extrema com centro direita e todos tipos de variações. O mesmo se dá no ambiente ‘religião’ com defensores de todos os segmentos, e nos demais assuntos também se percebe a mesma tendência...
        Quem vota em ‘A’ odeia defensores de ‘B’, quem come carne critica quem não e quem não come acha que quem come é assassino e assim por diante...

        E o que quero dizer com tudo isto?
        Simples, observando esta frase de Descartes, percebi que este é o ponto: estamos todos cheios de razão. Não a razão da racionalidade questionadora e filosófica, nem da razão científica ou ainda argumentativa, mas a razão do ‘radical’ da raiz quadrada, ou seja, aquele que só se multiplica por si mesmo em um igual para atingir determinado resultado. Grosso modo, são razões que só se solidificam ante aos iguais que se multiplicam entre si para o mesmo resultado...
        Não nos entendemos mais, pois ninguém cede, ninguém aceita ‘perder’ a razão num debate, embate ou discussão. Estamos tão ensimesmados que não aceitamos o que não é igual. A razão sem sensibilidade é limitada, pois não abre espaço para o crescimento ou para o aprendizado.
        Podemos ter nosso ponto de vista, até é bom que se tenha diferenças, desde que de maneira civilizada e nobre se compreenda que é de nossos diferentes que virão ideias novas, saídas novas e soluções ainda não pensadas pelos iguais, por estes ‘pensarem’ de forma semelhante...
        Talvez a coisa mais necessária hoje seja a capacidade de mudar, crescer e aprender, principalmente com aqueles que pensam diferente de nós...
        Um ditado que não sei a autoria é pertinente aqui: ‘Duvido de quem tem certeza de tudo’. E como disse Huberto Gessinger, ‘a dúvida é o preço da pureza’...

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