quinta-feira, 26 de julho de 2018

Falacias, construção e gratidão...


         Mais uma etapa se encerra, terceiro semestre, sete cadeiras, um AVCH e uns dois isquêmicos, uma passagem de três meses numa empresa que gostaria de ter ficado, onde conheci bons amigos e um voluntariado, novos alunos, desemprego, benefício negado do INSS e a luta diária de se estar vivo...
         Lamentar, não, de forma alguma!

         A construção do conhecimento é algo complexo, o pensamento de hoje em dia requer que estejamos sempre aprendendo, crescendo evoluindo. Conhecer através da experiência, entender a ideia de Hume em sua explicação das impressões é neste momento amparar o cognitivo na vivência. É hoje em dia, de certa forma já não ter mais muita paciência com falácias vindas das tribunas, palanques ou mesmo de púlpitos.
         Já não tolerar nenhum ‘déjà vu’ de situações já descartadas, como aquelas mesmas paisagens encontradas ao se perceber estar perdido, andando em círculos, nos guetos da humanidade desumana, que discursa suas ‘verdades’ ouvidas, mas não praticadas, com soluções infalíveis para todos, mas que nunca são utilizadas pelo arauto...
         É compreender um pouco o enfado de Salomão no celebre discurso das vaidades, não por se achar sábio, mas por perceber que é mesmo deste jeito que a maioria vive e que não adianta nada querer compartilhar um pouco de conhecimento com quem não quer, pois seria dar pérolas aos porcos...
         É perceber que o melhor mestre é mais humilde e que o altivo só tem informação e ego inflado, sendo esta uma boa dica de como ser um bom professor no futuro...
         E é também se alegrar com a esposa, amiga, parceira e colega ao terminarmos esta etapa, depois de termos enfrentado isto tudo, com sorrisos com gosto de lágrimas de vitória, sabendo que daqui alguns dias vamos selar esta união em definitivo partilhando um nome da ‘moderna’ para sempre...

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Amigos ou AMIGO?


         Sei que fazem dia de tudo, comercialmente talvez tenha alguma finalidade, mas a maioria dos dias celebrados, é de certa forma uma injustiça, afinal dizer que o dia das mães, ou das crianças é tal é esquecer que todos os dias são importantes. Hoje é o dia do amigo, palavra de pouco significa real neste mundo turbulento e egocêntrico.
         Amigo, de fato é todo dia, é para todas as horas e fundamentalmente nem precisa estar para ser, pois estiveram quando era pertinente estar, num momento em que só havia eles por perto. Hoje nos tempos de ‘web’ chamamos de amigos gente que nem nos cumprimenta na rua, o são apenas virtualmente, na vida real sequer são conhecidos.
         A amizade é algo cultivado por alguém cativado, ou algo cativante por alguém ‘cultivável’. Mas num mundo sem valores como o respeito e a fidelidade, a honra e a abnegação, a gentileza e a humildade, essenciais para uma boa amizade, dificilmente se tem amigos. Se ouve pessoas dizerem: oi ‘amigaaa’ e já se sabe que é algo falso, irônico e até sarcástico da parte de quem fala, talvez de quem ouve também.
         Amizade é o nível mais alto para o Cristo, mas é algo desconhecido dos religiosos. Amizade é empatia, um amigo não rompe amizade quando está numa ‘ruim’ e muito menos quando se está numa ‘ótima’. Não se nutri inveja nem se despreza, amigo é e ponto. Não se ‘escandaliza’, nem se julga, apenas se compreende, se ampara.
         Se realmente quer comemorar este dia, faça uma lista pequena, ou mesmo grande se conseguir, daquelas pessoas que realmente são seus amigos, e se proponha a revê-los ou mandar algo para fomentar estes laços tão raros e aí então feliz Dia do Amigo, hoje e a cada dia...

quarta-feira, 18 de julho de 2018

A insustentável 'dureza' do "SE"...ou se e somente se...


         Muitas vezes já ouvi e também já falei algo do tipo: “Se eu tivesse...”
         Normalmente, mas principalmente quando estamos diante de impasses ou de um fracasso, revés e conflitos. Pontuamos os momentos onde ‘acreditamos’ ter errado: Se eu tivesse ido até o fim...Se tivesse feito tal curso...ido para tal lugar...dito aquilo, feito aquilo outro...
         Também gostamos de aconselhar em termos de se você tivesse...
         Já escrevi algo sobre isto há alguns anos, mas hoje enriquecendo a questão, gostaria de te convidar a pensar racionalmente, ou melhor ‘logicamente’ sobretudo do que você já pontuou com um ‘SE’.
         Muitos acreditam que a vida não é tão “matemática ou lógica” assim, e de fato não é. Há um infindável número de variantes (por vezes desvairadas) no viver, existir e coexistir que nos leva para uma impossibilidade de controle de muitas coisas. Não podemos controlar a corrupção dos ‘poderes’, as loucuras dos governantes, as mentes criminosas, as intempéries do clima, as escolhas dos outros e a irresponsabilidade de imprudentes no trânsito entre outras tantas coisas.
         Mas podemos controlar nossas escolhas e reações diante de nossos erros ou acertos. Podemos estancar o sofrimento sobre o que não aconteceu. Aplicar conectivos lógicos é uma maneira interessante de contornar arrependimentos recorrentes e lamentações agudas. São cinco apenas: ‘Não’, ‘e’, ‘ou’, ‘então’ e o ‘se e somente se’. Este último motivador deste texto. Sofremos menos se compreendemos que a vida passada é assim, não há o que fazer, o ‘se’ só existe como ponderação anterior de alguma decisão (se eu mudar para outro país, ficarei longe de pessoas amadas, mas se ficar com estas pessoas não irei para lá). Tão logo que a decisão for tomada já não existe a opção anterior, não há o que lamentar.
         Se e somente se eu fizer tal coisa, acontecerá o resultado esperado, simples assim. Seguindo a linha lógica a vida é um sucessão de isto E aquilo, isto OU aquilo, isto ENTÃO aquilo, NÃO isto ou SE E SOMENTE SE eu agir terei o resultado que desejo...
         Fora isto é apenas lamento e arrependimento...



domingo, 15 de julho de 2018

Aliviar ou ser um fardo? Ou o mundo tão complicado...


         Em 1991 Legião Urbana lançava o “disco” V, onde havia a música “O mundo anda tão complicado”, música boa, simples e lúdica. Sobre o ‘mundo andar tão complicado’ só tem um verso:
“Vem cá, meu bem, que é bom lhe ver
O mundo anda tão complicado
Que hoje eu quero fazer tudo por você
            Que parece não ter sentido, pois se “o mundo anda tão complicado que hoje eu quero fazer tudo por você” é como se dizer que porque está complicado eu quero fazer tudo por você, mas pode ser também uma visão altruísta de perceber a dificuldade do outro e tentar aliviar a carga, sei lá...

         E que tem isto a ver Zé?
         Para mim é esta percepção da complicação generalizada mundial, onde há uma ausência de parâmetros, de compreensão e de entendimento. Vivemos num mundo onde há defensores do socialismo que chamam outros de “facista” e de “reaça”, mas é mantido por mesada do papai militar, mora no pátio dos pais, ou vive na ‘aba’ de alguém sempre. Radicais de direita que querem benefícios ‘sociais’, capitalistas querendo benefícios da previdência...
         Há religiosos de diversos segmentos que discursam sobre amor e altruísmo, mas que vivem de fofocas, conchavos e disputas de poder, egos inflados regados ao pecado mais antigo que se tem registro, o do próprio Lúcifer...
         Nas redes sociais além da polarização dos extremos onde a mediania não tem mais lugar, onde o equilíbrio se perdeu e a humildade virou sinônimo de fraqueza. Onde pessoas dão opinião sobre tudo quer a gente pergunte ou não, fazem vídeos, textos e postagens falando com seu novo e mais íntimo amigo, o facebook, que não responde e nem os conhece...
         Este mundo tão complicado que eu espero cause em nós o aliviar do fardo daqueles que amamos...
         Então, que a gente simplifique, dia a dia, com leveza, carinho e cuidado. Lembrando que ninguém está aqui para ‘servir’ os outros, nem mãe e nem pais são empregados de ninguém. E a chamada ao servir serve apenas para quem se sente chamado e não para acharmos que alguém deve isto a quem quer que seja...
         Você ama? Alivie o fardo e não se torne um...

terça-feira, 10 de julho de 2018

Indignação...ou indigna nação?


            Estes dias têm sido estranhos, parece que as coisas estão confusas.
Jogadores milionários jogam sem garra, vontade ou qualquer atributo esperado de quem joga, de quem compete representando um país. Um outro time de crianças luta pela vida e comove o mundo inteiro, sem ganhar um tostão...
Um desembargador num plantão tenta soltar um preso julgado por um colegiado como se fosse maior que estes, apenas por ser este seu ‘padrinho’ político. Sobre o juiz que impediu a manobra a presidente do partido do preso disse que este estava cometendo um ‘crime’, como se o preso não tivesse...
As palavras tomam sentidos diversos dependendo de quem fala e sobre quem ou o que fala. Uma coisa é golpe, outra semelhante, feita por alguém de nosso afeto é defesa de direitos. Um país que dá auxilio reclusão para o criminoso, nega auxilio doença para uma pessoa com AVCH, por falta de carência. Será que o preso tem carência?
Milhares de absurdos são ditos e propagados dia a dia pelas redes sociais. É como se “Barrabás”, partidário dos ‘zelotes’, ladrão e assassino não só ganhasse a liberdade, mas ainda virasse o ‘messias’ esperado. Onde milhares de militantes escrevessem nos seus perfis nas redes sociais: Fulana Ladrão Barrabás...
Além disto ainda tomando o relato do julgamento de Jesus, hoje pedem a soltura do ladrão para concorrer com o fariseu...
É interessante o total e preocupante quadro nacional, estamos perto de novas eleições e não há em quem votar, pelo menos para quem tem uma cabeça que pensa e um pouco de vergonha na cara. E o pior é que é um desfile de egos inflamados e de hipocrisia sem medida.
Falta vergonha na cara no futebol, na política e na religião. Mas falta também no atendimento da saúde, nos bancos e até no comercio. Falta decência e bom senso. As pessoas se identificam com ladrões e falam em honestidade e crimes (dos outros). Se associam com preconceituosos e falam em direitos humanos (dos amigos apenas).
E o pior, erguem mãos aos céus e falam em nome de deus (talvez seu dEUs apenas) mas não estendem as mãos ao que precisa...
Talvez eu tenha que concordar com o mestre Yoda mais uma vez:
“Feliz fique por aqueles que na Força se transformam.
Apego leva ao ciúmes, a sombra da ganância isso é”


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