Eventualmente somos atingidos em cheio por alguma coisa que
nos falam. Por vezes uma simples afirmação ou uma singela mensagem podem tanto
nos derrubar como fazer a vida toda fazer sentido. Esta semana recebi uma
mensagem do meu filho que me fez ter tantas respostas e tanto acalento que não
tenho como mensurar...
“O nosso tempo é
diferente do tempo do universo. Sei que tá difícil e que parece que não vai
passar. Sei o quanto tu tem ti esforçado... Por favor, continua assim! Tenho
muito mais orgulho e vontade de me espelhar em ti por tu nunca desistir, do que pelo fato de tu ter algo. Te amo.”
Quando se enfrentou
tanta coisa quanto eu tenho enfrentado nos últimos anos, quando se está numa
situação de desemprego e de quase se duvidar das próprias capacidades, ler isto
faz toda uma diferença, principalmente num tempo de ‘desvalorização’ do ser e
supervalorização do ‘ter’...
Compreendermos que nada do que temos ou aparentamos ter
define o que somos. Um bom carro, casa, emprego, salário não fazem uma pessoa
boa. Em tempos de ingratidão e de pais e mães ‘caixa eletrônico’ e filhos que
consideram ‘obrigação’ dos pais o suprimento de suas ‘vontades’ e não das
necessidades. Onde pessoas acham que por terem sido postos no mundo receberam
um cartão de crédito ilimitado e ‘exigem’ tudo e mais um pouco, realmente é
algo de valor inestimável receber tal afirmação...
O que quero refletir e fomentar a reflexão é de o que
realmente somos? No que temos nos tornado e que tipo de relacionamentos estamos
construindo? E isto não só em termos de pais e filhos, mas nos mais diversos
tipos de relacionamentos, onde as pessoas se aproximam e permanecem perto
apenas de quem tem ‘algo para dar’. Onde religiões que tem nas suas
fundamentações a ideia de ‘não ter nem ouro nem prata’ se relacionam uns com os
outros, e ainda pior, com o próprio Deus, na base do que podem receber, do que
podem ganhar com isto...
Isto me levou a uma oração de agradecimento por tudo, pelo
emprego que não veio e pelos que se foram, pela grana que não entrou e pela que
já se foi, pelos benefícios, ajudas e restituições que não vieram e por tudo
aquilo que não havia para mim. Tudo aquilo que não ganhei, não recebi e não
consegui. E compreendi que Deus, a Vida, o Universo já me deram o espírito, a
força e a eternidade intrinsecamente por todo o tempo. E que quem realmente me
importa é assim mesmo, não precisam ter nada para que sejam importantes para
mim.
Pelo que somos importantes? O que realmente importa além
disto?
SEJA, por mais que você venha a ter...
Nenhum comentário:
Postar um comentário