Ultimamente tenho
preferido ficar em silêncio sobre diversas questões, não por não haver o que
dizer, mas sim pela sensação de que não adianta refletir. Temos visto um tal
ponto de extremismo polarizado que de nada serviria falar ou escrever qualquer
coisa.
Pode até parecer omissão, mas está mais para um preferir a
paz. Vi um ‘post’ outro dia que dizia que as pessoas não querem a sua opinião,
o que elas querem é ouvir a opinião delas saindo da sua boca...
E este é o ponto, há hoje uma total inaptidão para o debate,
pois preferem o embate. Há um não querer ouvir, compreender ou refletir. Fazem
alguns anos que tenho me reconstruído constantemente, me permito rever
conceitos, se preciso volto atrás, peço desculpas, mudo a direção ou recomeço.
Mas percebo uma crescente onde de infantilização, pois as pessoas não
amadurecem mais, são intransigentes e obstinadas. Tomam ‘suas verdades’ como
verdades absolutas e acreditam no que querem, mas isto não basta, é preciso ‘catequizar’
outros e o respeito ao diferente é cada dia mais distante...
Os segmentários se multiplicam e o fracionamento da
sociedade se torna fundamentalista e polarizado, incapacitando qualquer diálogo
entre contrários, compreendendo-se tudo como oposição. Não há entendimento ou
compreensão, e o pior é que nem mesmo há disposição para isto.
Como se estivéssemos em franca regressão, andamos para trás,
como se nos desassociássemos, fazendo o caminho oposto ao dos primórdios da
construção das primeiras aldeias e cidades, onde a busca do bem comum fazia com
que a humanidade buscasse a socialização. Na contramão da história, em pleno
advento das redes sociais, percebemos a nossa imaturidade para as mesmas. Como
se não estivéssemos prontos para as redes sociais, deixamos de lado o convívio
social real pelo virtual. Então gente que nunca lutou por nada na ‘vida real’
se torna ativista engajado nas redes sociais, na facilidade da virtualidade em
detrimento da luta real, na vida de fato, pelo bem de todos e não pelo seu
conforto pessoal.
Onde quem, como eu já fiz, ao fazer um ato público e
movimentar estudantes em luta pela escola pública, fica olhando gente ‘lutando’
por uma causa diferente de acordo com o tema de perfil disponível, desde que o ‘wi-fi’
permita e não atrapalhe o horário da próxima série da Netflix...
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