Já faz um tempo que não escrevo. O tempo que falta, a
demanda que sobra e a urgência do dia, a emergência dos fatos...
Também tem um tempo que não posto fotos e algumas pessoas
me perguntam por quê? Comecei a escrever mais há sete anos e produzi mais de
mil textos, já escrevi nos jornais, no blog e escrevi um livro neste tempo, fiz
artigos filosóficos e alcancei mais de 120.000 visualizações dos meus textos.
As fotos começaram no jornal, antes das modinhas de “selfie” e gosto muito de
captar as coisas, as luzes a beleza escondida e tentar de alguma forma mostrar
aquilo que acredito que as pessoas não viram ou perceberam.
No último fim de semana, chegando à praia, vi uma cena
maravilhosa, única e me dei por conta que eu não queria fotografar, que se
fosse ‘capturar’ a imagem eu a perderia por instantes...
Então refleti sobre coisas que estão me fazendo rever
posturas. Em coisas que tenho observado, que não são novidades, que estão nos
engolindo na verdade. A nossa dependência tecnológica crescente, a necessidade
de fotografar, de postar, de mostrar de publicar...
O nosso narcisismo e ‘os lagos de narciso’ que carregamos
nas mãos e nos olhamos a perder de vista, a perder do tempo, a perder da
vida...
Tenho descoberto que existem coisas que são nossas,
apenas nossas e de mais ninguém. São coisas que guardamos na nossas mentes,
únicas, indizíveis e indivisíveis. O que
guardamos nos olhos...
O que levamos na
mente, o que só nós ouvimos e vimos. Coisas, lugares, pessoas, momentos e
situações que não são a rolagem de uma ‘timeline’ ou notícias de algum tabloide.
São coisas escritas, registradas, implantadas no mais íntimo de nosso ser.
Escritas no coração e na mente de uma forma que jamais entenderemos...
Coisas para serem apreciadas, e não postadas. Saboreadas
e não divulgadas, vistas com a solene reverencia do existir intimista de nós
mesmos e guardadas no coração para sempre...
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Esta obviamente não é a foto de quando chegávamos, mas é bela... |
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