quinta-feira, 21 de março de 2019

Construindo pensamentos, destruindo preconceitos...


            A construção do pensamento filosófico é uma jornada sem fim e passa por diversas mentes que não se adequaram ao modo raso de pensar. Foram instigados a ir além, a questionar, a se abstrair e se abrir ao novo, as novas ideias e até as possibilidades de novas ideias antes mesmo de elas surgirem...
            Embora não sejamos ‘os pensadores’ construímos nosso pensamento para além de nossas idiossincrasias, talvez tenhamos alterado a ordem cronológica do pensar e construído o nosso modo autônomo na contramão, nos deparamos primeiro com o “cogito” de Descartes e pensamos existir para depois nos questionarmos se de fato existimos ou ainda se existe um mundo ‘real’ ou exterior, em alguns momentos afirmamos de modo socrático que nada sabemos e que isto talvez nos ponha em alguma vantagem sobre os que pensam saber. Mas nos deparamos que saber que nada sabemos seria um argumento sem valor de verdade, pois saber que nada sabemos já é saber alguma coisa.
            Então vamos neste imenso diálogo para além dos tempos e eras, debatendo algumas vezes com os do passado e em outras soltando a pergunta para que lá no futuro outros que hão de vir responderem, mas sempre debatendo, não como quem combate, que necessita vencer, mas como quem busca aprender, que questiona muitas vezes sem a pretensão de alcançar as respostas, pois compreende que a certeza não é a mesma coisa que a verdade ou o conhecimento, pois se pode ter certeza de coisas que na verdade nem são de fato.
            Desta forma brindamos aos céticos, por terem a coragem de duvidar e compreender que se pode suspender os juízos, se abster das certezas do senso comum, simplesmente para ter este andar ‘suspenso’, acima dos vaticínios e assim realmente ser livre. Pois a liberdade de pensamento é estar livre dos dogmas, sabendo, ou acreditando saber que se pode crer e ser cético conjuntamente e ainda assim ser mais coerente que a grande maioria...
            Ir além do mesmo rio, sair da caverna e seguir em frente, ainda que hajam dúvidas de nosso existir, fazer deste agora a grande ‘sacada’ de nossa vida...


sexta-feira, 15 de março de 2019

Aquela que não desistiu...

        Hoje fazem 4 anos que ela partiu, passei pelo quarto onde ela expirou. Depois de passar a noite com o Paulo e a Bel, cheguei para ficar com ela naquele dia quinze de março de 2015. Eu disse para o meu irmão que não queria ir embora: - Pode levar quinze minutos ou quinze meses. Quinze minutos depois eu ligava para ele voltar, a mãe tinha partido...
        Logo que ele saiu, cantei uma música para ela, fiz uma oração e disse: - Mãe, estamos todos bem, pode ir em paz, a senhora conseguiu, descansa agora... E ela expirou pela última vez, segurando minha mão...
        A última grande missão dela foi não desistir de mim. Hoje, quando completei os dois meses na posição de diretor do hospital eu senti que ela estaria feliz, que se sentiria realizada, que de uma certa forma esteve ali...
       Ela não desistiu dos filhos, não desistiu em meio as lutas, enfrentou as dificuldades e nos ensinou em cada ato, em cada dificuldade. Aprendeu tudo que pode, costurava, fazia tricô e cozinhava como ninguém. A maior economista que conheci. Nunca desistiu de mim, nem de ninguém, tolerou as dores até o fim e só partiu ao ouvir de mim que estávamos todos bem, seus filhos, seus netos e netas, bisnetos e bisnetas...

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