E se eu? ...
Durante toda a nossa existência nos
deparamos com a insustentabilidade do que não aconteceu, com a finitude dos
pensamentos referentes a tudo aquilo que não veio a existir, se formar, se confirmar
ou se realizar.
Dia a dia tomamos decisões e fazemos
escolhas, umas mais importantes, outras menos, mas indistintamente estamos
sempre e sempre fazendo uma opção por algo:
Se dobrar a direita em determinada
esquina, jamais acontecerá o que ocorreria se naquele momento tivéssemos feito
uma outra escolha. Claro que posso voltar ao mesmo ponto do caminho e fazer a
outra alternativa e seguir no rumo oposto (se for o caso simples de uma esquina
qualquer), mas em outros milhares de momentos a decisão é irreversível...
O “SE” é na verdade, quando no pretérito, uma coisa inexistente,
inconsistente e irreal...não ocorreu...é uma escolha feita e portanto
irremediavelmente definitiva para aquele momento...
A consistência do “SE” só é real e possível
quando se tratar de algo no hoje, no agora, uma avaliação real, uma
ponderação...se eu escolher fazer isto, poderá advir isto ou aquilo... e então
hipoteticamente fazer a escolha definitiva por base deste “SE”.
Tenhamos certeza de uma coisa:
Se eu
tivesse escolhido outro curso?
Se eu tivesse aberto uma empresa?
Se eu tivesse...casado, divorciado,
dito, feito, desistido, mudado, escolhido, lutado, tentado outra vez, com mais
força, com mais determinação, se eu tivesse perdoado, amado, deixado, ido
embora, ficado...
Nada disto existe de fato, são fantasmas,
sombras do passado, escolhas não feitas, sonhos não realizados...
Não
significa que não seja possível recomeçar ou refazer, sempre é hora de começar
tudo de novo, se transformar, se renovar, aprender, mas daí já é uma outra
situação, um outro momento, que nada tem daquilo que podia ter sido...
Nosso momento é agora, nosso tempo é
hoje e de nada adianta lamentar o cultivar de qualquer forma que seja os “SE” de
ontem, senão para aprender com eles...
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