sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Que venha a chuva temporã...



Existe uma chuva que chega inesperadamente, de repente, quando nem mesmo esperamos mais que aconteça. Quando a nossa desesperança está derrubando nossa fé e nossos medos estão matando nosso amor ou nossa perspectiva de ser feliz...
     Ela não é daquelas de certas regiões onde se sabe que ali pelas quatro da tarde ela virá, sem falta. Ou ainda como e alguns estados onde existem os meses chuvosos, seja em setembro ou aquelas famosas “águas de março”...

     Esta vem quando o trigo já está quase seco, morrendo o grão na haste, secando-se, definhando...
     Quando o semeador e o lavrador já acham que trabalharam em vão...
     Quando tudo parece dizer que é o fim...

     Quando os pescadores já acreditam que ter deixado as redes para pescar homens foi um erro e só desejam a “vidinha” que tinham e era previsível, sem maravilhas, mas também sem decepções, sem a morte do Salvador...
     Esta é aquela que vem “contra toda a esperança” e surpreende, ensina e revigora...

     A chuva temporã é a que esperamos nestes dias, e ela está por chegar, vem aí bem perto, nas cercanias de nosso coração, nos limites de nossa existência e na eminência de nosso destino...
     Acreditemos hoje, mesmo que tudo já pareça perdido...
     Acreditemos hoje, mesmo se o mar não aparenta se abrir diante de nós...
     Acreditemos hoje, mesmo que não pareça que Deus proverá, ouvirá ou virá em nosso amparo...
     Acreditemos hoje não mais embasados nos nossos medos ou fantasmas, nem nas vozes maldosas que nos rodeiam, e muito menos ante aqueles que só vem os erros...
     Acreditemos hoje, simplesmente porque a fé e a esperança é o que mais vale a pena nesta existência e nelas se abriga a segurança do amor de Deus...

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