terça-feira, 1 de março de 2016

Desabafo...


           Em muitos momentos de nossas vidas somos levados a refletir, ponderar e avaliar o que temos feito, como temos agido diante das circunstâncias.

            Perceber como reagimos, bem como avaliar nossos resultados e avanços, é de certa forma crescer, amadurecer...

            Hoje é um dia destes, onde fico pensando o que realmente vale a pena, quem realmente vale a pena e onde vale a pena ir e estar...

            Na maioria do tempo nós somos atribulados, cada um de nós tem a sua dose diária de dissabores e de decepções, cada um de nós tem também suas pequenas alegrias e situações que nos fazem acreditar que realmente vale muito a pena tudo que estamos fazendo, em outros momentos nem mesmo sabemos porque estamos fazendo isto ou aquilo, se importando, se doando...

            Nossa condição “humana”, em muitas vezes é sinônimo de limitação...

            Ser “gente”, nem sempre é sinônimo de gentileza... E estar atento nem sempre repercute em atenção, doação na maioria das vezes pode trazer até ingratidão...

            E o que fazer?

            Continuar, sempre e mais a cada dia...

            Entender que não é daqui nossa recompensa, que não é aqui que veremos estas mudanças, somos semeadores de esperança nos corações dispostos...

            Buscamos ser motivadores de aflitos e atenciosos com os que carecem de atenção, ouvintes dos que nem voz encontram mais, boca para quem não consegue mais pedir mais nada, nem esperar mais nada...

            E a nossa esperança de onde virá?

            Quando não se encontra um emprego digno, por vezes nenhum emprego sequer... Quando não se encontra alento, nem mesmo um descanso para nossas aflições...

            Tiraremos de nossa fé e de nosso coração, tiraremos de nossa esperança em Deus, buscaremos Naquele que detêm em Si mesmo toda a bondade e todo amor. Olharemos para o alto de onde nos vêm o socorro e ali encontraremos o alento. Nos ocultaremos nos Seus Fortes braços de compaixão...

         Buscaremos nos olhares de esperança que plantamos naqueles que tiramos da aflição das drogas e da depressão pelo simples fato de termos acreditado um pouco neles...

         Alcançaremos nos poucos que lembrarem de agradecer, nos que nos abraçam pelo simples fato de crerem que nós já alcançamos o que eles tanto buscam...

         Obteremos na fala daqueles que percebem nossa dedicação, mas também daqueles que apenas se beneficiam de nosso esforço...

         Seremos recompensados pelo olhar da mãe enferma que nos olha com gratidão por estarmos levando seu “filhinho” de 45 anos para um novo momento em sua vida, e quem sabe até descansar em paz com seu filho recuperado onde quer que seja...

         Pelo olhar da filha que vê a mãe senil, encontrar descanso em nossas palavras de inclusão...

         Nas frases da filha que adquirimos sem gerar...

         Nos abraços do filho de outro que nem mesmo imaginava o que era ter um pai...

         Mas principalmente na certeza de que Deus está vendo e não tardará em nos responder...

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