domingo, 24 de setembro de 2017

Politicagem ou Censura?



         Hoje pela primeira vez fui censurado, fiz uma publicação num grupo de Facebook, do qual faço parte em minha cidade, Butiá, (https://www.facebook.com/groups/118762192081460/?ref=group_header).
         Fiquei pasmo ao perceber que a seguinte frase abaixo desta foto causou polêmica: “Momento único, 3 ex prefeitos, Ademir Garcia Mendes, Fernando Lopes e Marcelo Espinosa, de um tempo em que Butiá andava para frente”... 

        Foi interpretado pelo mediador do grupo, Waguinho, coordenador da EDTC de Butiá como ‘politicagem’. Sendo que são três ex-prefeitos de três partidos diferentes e que fazem parte da história, num momento privilegiado em que os três, juntos participavam de um evento.
         Fiquei pasmo, pois o que dizem não haver existe, quando possível, quando criticados ou não. Com uma consciência tão agravada pela má administração que elogiar outros é criticar eles...
         Falei de um tempo em que Butiá andava para frente por ter sim, tido mais ruas asfaltadas com bom asfalto, festivais de caráter nacional e premiação da UNESCO, enfim muitas coisas que me faltaria tempo para mencionar a vinda de Osvaldo Montenegro, Belchior e Bailei na Curva aqui com elenco original...
         Uma amiga e colega professora de português, que viu a postagem, sugeriu umas aulas de interpretação de texto por parte do referido mediador. Uma outra, do grupo sugeriu que se o grupo tem dono deveríamos criar um novo grupo. Mas a verdade é que a incompetência e a ignorância tomam conta da educação e da cultura da cidade, num desgoverno narcisista e a prova tá aí...

sábado, 23 de setembro de 2017

De quem é a última palavra?



         Constantemente somos questionados ou buscamos ter razão, ter a última palavra, encerrar a discussão e finalizar o debate. Hoje em dia todos nós precisamos defender opiniões e posições e obviamente queremos estar com a razão. E não há nada de errado nisto.
         Porém em tempos de intolerância precisamos refletir e ponderar sobre vários aspectos. A cada dia surge uma nova discussão. São discutidas as preferências sexuais, os gostos estéticos, as ideologias de gênero e outras tantas coisas. Como disse certo filósofo, cada um têm razão na sua perspectiva. E este é problema: Não aceitamos as razões do outro se elas são diferentes das nossas. A isto chamamos de intolerância.
         O homo não aceita a escolha do hétero e vice versa.
         O dogmático não aceita o pensamento do liberal e vice versa.
         Mas o fato de eu não concordar com tal pensamento, este é um direito meu e de cada um de nós, não me dá o direito de impor a minha opção ao outro. E isto vale para todos os lados das questões.
         Arrogamos o direito de manifestar a ‘nossa’ opinião e as redes sociais fomentaram isto, o que é bom, desde que haja respeito ao diferente. Mas o ‘nossa’ opinião já representa o primeiro problema, normalmente quando alguém defende uma ideia diz que ‘nós pensamos assim’ ou ‘muita gente pensa como eu’. O que não é uma verdade absoluta, na maior parte do tempo estamos defendendo ideias e ideais individuais, mas associamos outros, mesmo que eles não concordem plenamente, por exemplo:
         Faço parte de um determinado seguimento religioso e sou mencionado quando isto convém como ‘sendo’ um deles, mas eu ‘estar indo’ em determinado lugar não quer dizer que concordo com tudo que há ali. ‘Sou’ evangélico e ‘estou’ em uma igreja, mas não concordo com centenas de coisas dali.
         Não são todos os evangélicos que são homofóbicos e não são todos homossexuais que querem impor a ideologia de gênero. Assim como não há determinante biológico para a homossexualidade, como também não há nenhuma doença em ser gay.
         Na verdade religiosos esquecem ou desconhecem que uma grande porcentagem de homossexuais é gerada em lares cristão opressivos, bem como muitas pessoas que se prostituem e que usam drogas. (Entenda que não estou comparando estas coisas como afins, mas sim como alvo da luta religiosa, mas que comprovadamente advém em grande parte deste meio)
         Então porque haveremos de ter a última palavra sobre estas questões? Como poderemos entrar em acordo se achamos estarem somente certos os que pensam como nós?
         Nossa hipocrisia, tanto hétero como homo, se deve ao fato de não termos a capacidade da aceitação do diferente e querermos impor a nossa posição aos outros.
         Achar que o mundo religioso é perfeito é tão utópico quanto pensar que só quem é gay que é ‘feliz’.
         O nosso maior problema é quando atacamos o que é precioso aos nossos olhos. Quando um religioso se escandaliza pelo uso de seus símbolos de devoção de maneira inadequada, ele esquece que quando ele julga ‘pecado’ a conduta do outro ele comete o mesmo tipo de ‘sacrilégio’ e ainda traz para si, dentro de sua doutrina, condenação. Pois a bíblia diz que da mesma maneira que julgamos seremos julgados.
         Porém quando um imbecil como o Jean Willis propõe um filme com Jesus e os discípulos sendo homossexuais, ele apenas demonstra sua falta de talento, pois nada conseguiria com uma história genuinamente sua. Precisa ser acudido e se associar com a popularidade de Jesus para que alguém venha olhar seu lixo como arte. Diferentemente de ‘A Última Tentação de Cristo’ que propõe um debate válido.
         Deixo claro também que não preciso, nem acho que seja preciso que alguém ‘defenda a imagem de Jesus’, pois este sim foi coerente e verdadeiro, e é e sempre será o personagem central da história da humanidade. E aprendendo com Ele, encerro com a lição dada no episódio do apedrejamento da mulher adúltera:
         Os acusadores tinham razão, a lei justificava a morte dela. Tentaram fazer Jesus ir contra a lei, mas ele sabiamente não entrou no jogo e disse:
         Aquele que não tem pecado, que jogue a primeira pedra...
         Será que preciso falar mais alguma coisa?


quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Com que medida?



Como mensurar nossa grandeza ou nossa pequenez? Como medir nosso valor e comparado a que? Ou a quem? Como saber como somos vistos, com que régua somos medidos, por que lente somos vistos?
Somos todos os dias solapados por vagalhões de problemas e medidos por centenas de comparações, mesmo que veladamente...
E até mesmo este ‘nós’ ou ‘nossa’, com que parâmetro medimos quem somos ou o nós do texto? Quando uso o nossa, estou apenas mascarando o meu, para que o texto seja inclusivo, mas na verdade os questionamentos sempre são ao meu próprio respeito, apenas escrito de forma que possas te pôr em meu lugar.
Serei medido pela minha altura, bem baixa por sinal, ou pelo tamanho de meu interior? Se comparado ao universo sou poeira cósmica perdida num vácuo de uma teia, ou rede, intergalática...
Serei medido em tempo? Cinquenta anos, meio século ou um suspiro, um sopro que hora estamos, hora já partimos.

Com que lente me olhas, com que régua me medes?
Através de que escala me mensuras?
Podes medir a minha dor?
Conheces a profundidade do meu pensamento?
Sabes o tamanho do meu amor?
Sentes dentro de mim aquilo que sinto?
Com certeza somos mais do que os olhos podem ver...

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Sobre mim aos 50 anos...



                “Ele é aquele que não coube em si próprio, transbordou...”
        Assim começou uma das homenagens que recebi ontem, entre as tantas que recebi pela passagem do meu aniversário. Cada uma importante desde a mais singela até as mais significativas, como as dos meus filhos e da minha esposa...
       Mas esta, em especial, me tocou pela sua precisão. Nunca alguém me definiu tão bem e de modo tão claro definiu minha trajetória:
“Ele é aquele que não coube em si próprio,
Transbordou.
O tempo lhe trouxe espaço,
Elasticidade.
Agora ele é maior.
Inquieto, o olho busca direções não percebidas.
Aonde houver uma nova possibilidade,
Sua alma voará.
Assim é, há 50 anos.”
Rafael Winck Espinoza

        E é assim mesmo que vivi e a definição de um transbordar é a melhor que já ouvi. Estou agradecido, minha alma está cheia de gratidão e alegria por tudo que passei, por tudo que sou e por tudo aquilo que ainda vou viver.
       Embora existam fórmulas e máximas sobre idades e épocas da vida, que digam que aos 30 você será assim, aos 40 de tal jeito e que aos 50 entendemos a vida, a realidade é bem outra.
       A realidade é única e individual, como diz no texto do filtro solar “algumas pessoas de 22 não sabem o que querem da vida, mas alguns quarentões também não”. E eu diria que tem gente de todas as idades começando coisas e renovando a mente assim como tem adolescentes que já morreram pela apatia e mesmo que venham a existir por mais algumas décadas, já não vivem mais...
       Fazer 50 não dói ou muda algo, pelo menos não mais que qualquer outro dia da vida. Não acordamos mais sábios, estávamos aprendendo desde do dia que surgimos na terra. Nem a mente envelhece, pelo menos se nós estivermos nos renovando continuamente, pois ao contrário alguns que não arejam a mente são retrógrados aos 20 anos, hipócritas com 16 e velhos de pensamento com 25.
       Que sempre estejamos inquietos, com o olho buscando direções não percebidas.
Aonde houver uma nova possibilidade, sua alma voará.

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