Constantemente somos questionados ou
buscamos ter razão, ter a última palavra, encerrar a discussão e finalizar o
debate. Hoje em dia todos nós precisamos defender opiniões e posições e
obviamente queremos estar com a razão. E não há nada de errado nisto.
Porém em tempos de intolerância
precisamos refletir e ponderar sobre vários aspectos. A cada dia surge uma nova
discussão. São discutidas as preferências sexuais, os gostos estéticos, as
ideologias de gênero e outras tantas coisas. Como disse certo filósofo, cada
um têm razão na sua perspectiva. E este é problema: Não aceitamos as
razões do outro se elas são diferentes das nossas. A isto chamamos de
intolerância.
O homo não aceita a escolha do hétero e
vice versa.
O dogmático não aceita o pensamento do
liberal e vice versa.
Mas o fato de eu não concordar com tal
pensamento, este é um direito meu e de cada um de nós, não me dá o direito de impor
a minha opção ao outro. E isto vale para todos os lados das questões.
Arrogamos o direito de manifestar a ‘nossa’
opinião e as redes sociais fomentaram isto, o que é bom, desde que haja
respeito ao diferente. Mas o ‘nossa’ opinião já representa o primeiro problema,
normalmente quando alguém defende uma ideia diz que ‘nós pensamos assim’ ou ‘muita
gente pensa como eu’. O que não é uma verdade absoluta, na maior parte do tempo
estamos defendendo ideias e ideais individuais, mas associamos outros, mesmo
que eles não concordem plenamente, por exemplo:
Faço parte de um determinado seguimento
religioso e sou mencionado quando isto convém como ‘sendo’ um deles, mas eu ‘estar
indo’ em determinado lugar não quer dizer que concordo com tudo que há ali. ‘Sou’
evangélico e ‘estou’ em uma igreja, mas não concordo com centenas de coisas
dali.
Não são todos os evangélicos que são
homofóbicos e não são todos homossexuais que querem impor a ideologia de
gênero. Assim como não há determinante biológico para a homossexualidade, como
também não há nenhuma doença em ser gay.
Na verdade religiosos esquecem ou
desconhecem que uma grande porcentagem de homossexuais é gerada em lares
cristão opressivos, bem como muitas pessoas que se prostituem e que usam
drogas. (Entenda que não estou comparando estas coisas como afins, mas sim como
alvo da luta religiosa, mas que comprovadamente advém em grande parte deste
meio)
Então
porque haveremos de ter a última palavra sobre estas questões? Como poderemos
entrar em acordo se achamos estarem somente certos os que pensam como nós?
Nossa hipocrisia, tanto hétero como
homo, se deve ao fato de não termos a capacidade da aceitação do diferente e
querermos impor a nossa posição aos outros.
Achar que o mundo religioso é perfeito
é tão utópico quanto pensar que só quem é gay que é ‘feliz’.
O nosso maior problema é quando
atacamos o que é precioso aos nossos olhos. Quando um religioso se escandaliza
pelo uso de seus símbolos de devoção de maneira inadequada, ele esquece que
quando ele julga ‘pecado’ a conduta do outro ele comete o mesmo tipo de ‘sacrilégio’
e ainda traz para si, dentro de sua doutrina, condenação. Pois a bíblia diz que
da mesma maneira que julgamos seremos julgados.
Porém quando um imbecil como o Jean
Willis propõe um filme com Jesus e os discípulos sendo homossexuais, ele apenas
demonstra sua falta de talento, pois nada conseguiria com uma história
genuinamente sua. Precisa ser acudido e se associar com a popularidade de Jesus
para que alguém venha olhar seu lixo como arte. Diferentemente de ‘A Última
Tentação de Cristo’ que propõe um debate válido.
Deixo claro também que não preciso, nem
acho que seja preciso que alguém ‘defenda a imagem de Jesus’, pois este sim foi
coerente e verdadeiro, e é e sempre será o personagem central da história da humanidade.
E aprendendo com Ele, encerro com a lição dada no episódio do apedrejamento da
mulher adúltera:
Os acusadores tinham razão, a lei
justificava a morte dela. Tentaram fazer Jesus ir contra a lei, mas ele
sabiamente não entrou no jogo e disse:
Aquele que não tem pecado, que jogue a
primeira pedra...
Será que preciso falar mais alguma
coisa?