“Para onde vão os nossos silêncios, quando deixamos de dizer
o que sentimos”?
Li esta pergunta e me pus a tentar responder esta pergunta.
Sabemos que o que é dito reverbera, se propaga infinitamente no espaço em ondas
sonoras e talvez seja por isto que as escrituras dizem que daremos conta de
cada palavra frívola proferida. Talvez um dia o fluxo seja invertido de alguma
forma e elas voltem...
Mas acredito que as não ditas são mais intrigantes, mais
sufocantes também...
Alguns acreditam que se transformam em câncer, adoecendo-nos,
machucando-nos e por fim aniquilando-nos...
Eu já disse várias vezes que meu silêncio é muito mais eloquente
do que o meu falar. E gosto imensamente da frase: Se ficam brabos com o que
falo imagina se soubessem o que calo?
O que pensamos e não dizemos acredito que fica por ali,
esperando hora oportuna, são pensamentos múltiplos de todos os assuntos, uns
facilmente esquecidos, outros mais insistentes, mas apenas pensamentos...
E o que sentimos?
Aquelas sensações e sentimentos em nossa alma, em nosso
coração, nos nossos recônditos. Será que realmente se acumulam em algum ponto
de nós mesmos? Será que nos causarão ansiedade? Será que se acumularão nos
fazendo engordar ou emagrecer?
Talvez irão para um lugar chamado reminiscências da memória e
ali aguardarão um novo ponto de toque, um olhar, uma palavra, um gesto que os
façam voltar feito uma torrente?
Talvez em algum dia, sem mais nem menos, venham feito uma
cascata de lágrimas esvaziando aquela reserva de sentimentos...
Não sabemos ao certo, mas um dia perceberemos que todas as
emoções e sentimentos escondidos se tornam algozes de nós mesmos e serão
limitadores de nosso fluxo de vida e um dia poderão apagar nossos sorrisos e
engessar nossa espontaneidade. Por isto fale do que sente, expresse suas
emoções, coloque elas ao sol, à luz e as deixe arejarem para que se fortaleçam
ou sumam feito poeira soprada...
Ninguém deve calar o coração...
Nenhum comentário:
Postar um comentário