sexta-feira, 5 de abril de 2019

O mesmo rio?


         Mudar...
         A nossa resistência em relação às mudanças é proporcional ao nosso desejo de que elas aconteçam. Porém a maioria de nós reclama diariamente de diversas coisas que não nos movemos para mudá-las. Mudar não é fácil, acomodar-se é!
         Por isso apesar de acharmos a situação ruim, ficamos nela. Muitos reclamam do trabalho, do salário, da função, outros da relação, do(a) parceiro(a), do casamento e da família. Da casa, do carro, do curso, da formação...
         Mas a verdade é que resistimos à mudança, somos paradoxais e mesmo reclamando de tudo, nos revoltamos com quem nos ‘desaloja’, com quem nos ‘desacomoda’. Aplaudimos quando um chefe põe o colega a trabalhar, organiza o setor, do outro, e faz a coisa andar. Desde que não venha para o nosso lado, desde que não mexa com a gente.
         Sou um homem de mudanças, não gosto da mesmice e jurei para mim e pedi a Deus que por onde eu passasse as pessoas soubessem que ali estive, que por ali passei. Não procrastino, pois já procrastinei demais. Não me acomodo pois já me acomodei demais, esperei demais e sofri demais. Descobri que as coisas que se acumulam um dia me sufocarão e que os fios soltos deixados por fazer, um dia me enrolarão e me impediram de ir adiante.
         Só não realizo o que não está em minhas mãos, só espero o que não depende de mim. Na verdade não compreendo os que são morosos, os que acumulam problemas, procuro ser um solucionador de problemas.
         Compreendi que nunca paramos de mudar, que a questão filosófica do ‘ser’, uma das mais antigas, nos ensina que nada é exatamente igual, imutável e que mudar é parte essencial da nossa existência. Modificamos o tempo todo, deixamos células em toda parte por estarmos em constante renovação, em constante evolução temporal e existencial e que o agora já é passado assim que um milésimo de segundo passou. Que a pessoa que olhamos no espelho é um outro muito diferente hoje do que já foi um dia, que o que pensávamos ser certeza hoje nem entendemos como pudemos ter acreditado naquilo.
         Então estejamos abertos e prontos para mudar, mesmo que seja desconfortável inicialmente, pois se realmente queremos uma vida melhor, diferente, não será fazendo as mesmas coisas da mesma maneira. A melhor definição de insanidade é “fazer as coisas do mesmo jeito e esperar resultados diferentes”. Mudemos!!!

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