quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

A Jardineira e o Poeta

A Jardineira e o Poeta...
Ela se importava com a grama...ele com o céu...
Ela se dedicava à simplicidade enquanto ele tentava conversar com Deus
Se ela colhia goiabas, ele se inflamava com questionamentos filosóficos...
Ela vivia a casa, crianças e animais...ele tinha sido levado até seus limites
Se ele escrevia poemas, ela estudava e havia sido levada até seus limites
Enquanto ela sofrera...ele sofrera também
Ela amava flores e borboletas...ele conversava com anjos
Universos distantes? De jeito algum...tinham sido talhados, forjados um para o outro de uma forma única...
Carregavam cicatrizes iguais recebidas no mesmo dia e no mesmo lugar em acidentes diferentes, suturados pelo mesmo médico...saturados pela mesma vida
Porém distantes sem se encontrar, sem perceber que estavam ali...bem perto um do outro, escolheram a mesma estrada, talvez apenas de lados opostos...
Escolhas erradas? Quem pode saber? Como disse um outro poeta: “E quem um dia irá dizer que não existe razão nas coisas feitas com o coração?”
...
Ela carregava a delicadeza...ele a força
Ele carregava a emoção...ela uma outra força
Ele carregava uma mágica...ela era a própria magia...
Ela tinha fé...ele era fé...
E neste ir e vir, ser e estar eles se tornaram fortes
Eles se somavam...”comemoraram e brigaram juntos muitas vezes depois”
“E todo mundo diz que ele completa ela e vice e versa, que nem feijão com arroz”
Ela caminhava e ele cuidava de seus pés...
Ele transbordava e ela acolhia sua intensidade...
...

e deles ainda se dirá: Que eles souberam, ou pelo menos aprenderam a amar...

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