domingo, 20 de dezembro de 2015

A espiritualização do óbvio


            Nestes dias em que ser “espiritual” ou “espiritualizado” é moda e aparentemente todos sabem tudo de tudo, percebe-se uma diversidade de seguimentos de espiritualidade e dentro dos seguimentos uma infinidade de linhas de pensamento...
            Por um lado há muitos que vivem apenas dentro do pragmatismo, sem perceber que existe sim, um mundo muito maior do que aquele que nossos olhos podem perceber. Não atentam para as maravilhosas dádivas e sinais indiscutíveis, aos quais devemos sim seguir para uma vida muito mais interessante e boa...
            Por outro lado, alguns “espiritualizam o óbvio” e querem sinais, direções e orientações sobre aquilo que Deus já nos dotou de capacidades e de ferramentas, de conselhos e conselheiros, de material para estudo e da experiência adquirida pelos nossos semelhantes...

            Deus jamais vai mandar o anjo que não vemos, se nem mesmo ouvimos a mula, mais capaz que nós enquanto “profetas”.  Aqueles que pretendem ser espirituais jamais alcançarão esta espiritualidade se são incapazes de atentar aos muitos humildes enviados para nos ensinar a cada dia.
            Quem não ouve os mais experientes não está pronto para anjos ou teofanias mais intensas. Espiritualizar o óbvio é esperar “ser tocado para ajudar o necessitado” ou “sentir no coração que deve fazer o bem”.
            O bendito povo de Deus, dos quais busco fazer parte, segue nestas duas correntes também, mas com um agravante muito triste: Deixar de falar o que fomos chamados a proclamar, a saber o amor, o perdão, a esperança e a fé, ou seja, as boas novas do Reino de Deus e falar e falar de fábulas, de coisas inventadas até mesmo por pessoas que “trollam” os desavisados, os incautos que não se dão ao trabalho de pesquisar a fonte de onde tiram estas “invencionices” e divulgam até mesmo nos púlpitos e altares das igrejas, lugar este dedicado a palavra de Deus...

            Acredito de todo o meu coração que está na hora de fazermos o que viemos fazer e parar de nos preocuparmos com coisas sem sentido.

            Foi para a liberdade que fomos chamados, não voltemos a jugos de servidão. Como é mencionado em Gálatas sejamos livres, livres para adorar, livres para viver e livres para libertar e não para atar fardos.

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