O problema da sinceridade não ela em
si, mas o ser sincero. A maioria das pessoas prefere a mentira e a utopia de
uma vida de fachadas. Onde tudo aparentemente é perfeito, mas não é ... A
poeira acumulada pelos cantos dos problemas não resolvidos e das dificuldades
não enfrentadas geram traumas e cisões sem fim...
Quando se percebe o lindo castelo já
foi arruinado pela infiltração que se avoluma pelas entranhas dos alicerces,
nas fundações enfraquecidas da existência, da fugaz existência humana.
Toda a palavra suprimida, todo
sentimento sufocado e toda farpa não retirada infecciona e traz danos a nossa saúde.
Em dois aspectos extremos vivemos e
nos debatemos continuamente, numa gangorra sem fim, um pendulo oscilante e
inquieto formado pelas nossas incoerências, a saber: a culpa e a vitimização.
A culpa transita constantemente no
íntimo de quem errou muito e mesmo depois de ter feito todos seus concertos,
sofre, com fantasmas em sua psique trazendo uma constante de “não se encaixar”
de “não ser aceito” e por fim, por não se perdoar, acha que sempre o erro por
tudo, está em si, mesmo quando não depende dele aquela condição...
A vitimização faz com que culpemos
constantemente os outros por todas nossas falhas, nunca encarando nossas próprias
responsabilidades e carências, nunca enfrentando nossas limitações e fraquezas,
nunca admitindo, nem confessando...
O equilíbrio é difícil e penoso, mas
possível e atingível, basta se querer e se empenhar para isto com toda tenacidade
possível...
Quem não consegue é porque não deu tudo o
que tinha, sucumbe quem apenas tenta, realiza quem faz...
Sou
sincero, sem cera, sem máscara ou maquiagem, mas prefiro o silencio daqui para
frente, pois quem reprende um sábio ganha um amigo, mas quem sinaliza a um tolo
conquista um inimigo...
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