terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Pra ser sincero...não espero


            O problema da sinceridade não ela em si, mas o ser sincero. A maioria das pessoas prefere a mentira e a utopia de uma vida de fachadas. Onde tudo aparentemente é perfeito, mas não é ... A poeira acumulada pelos cantos dos problemas não resolvidos e das dificuldades não enfrentadas geram traumas e cisões sem fim...

            Quando se percebe o lindo castelo já foi arruinado pela infiltração que se avoluma pelas entranhas dos alicerces, nas fundações enfraquecidas da existência, da fugaz existência humana.
            Toda a palavra suprimida, todo sentimento sufocado e toda farpa não retirada infecciona e traz danos a nossa saúde.

            Em dois aspectos extremos vivemos e nos debatemos continuamente, numa gangorra sem fim, um pendulo oscilante e inquieto formado pelas nossas incoerências, a saber: a culpa e a vitimização.
            A culpa transita constantemente no íntimo de quem errou muito e mesmo depois de ter feito todos seus concertos, sofre, com fantasmas em sua psique trazendo uma constante de “não se encaixar” de “não ser aceito” e por fim, por não se perdoar, acha que sempre o erro por tudo, está em si, mesmo quando não depende dele aquela condição...
            A vitimização faz com que culpemos constantemente os outros por todas nossas falhas, nunca encarando nossas próprias responsabilidades e carências, nunca enfrentando nossas limitações e fraquezas, nunca admitindo, nem confessando...
            O equilíbrio é difícil e penoso, mas possível e atingível, basta se querer e se empenhar para isto com toda tenacidade possível...
            Quem não consegue é porque não deu tudo o que tinha, sucumbe quem apenas tenta, realiza quem faz...

         Sou sincero, sem cera, sem máscara ou maquiagem, mas prefiro o silencio daqui para frente, pois quem reprende um sábio ganha um amigo, mas quem sinaliza a um tolo conquista um inimigo...

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