Como compreender
as idiossincrasias de nossa mente? Como lidar com nossas próprias incoerências?
Já dizia o apóstolo São Paulo: “nem
mesmo compreendo o meu próprio modo de agir”. Eu mesmo tenho esta faceta, por
vezes encaro verdadeiras batalhas e enfrento gigantes inomináveis dia a dia,
mas em outros momentos uma observação, uma palavra um pequeno gesto e pronto,
sinto como se uma lança houvesse sido cravada em meu peito...
Acredito que as pessoas percebem minha
fragilidade e que vão ter cuidado, mas não, deliberadamente muitas vezes vejo
me atingirem justamente ali, onde ainda há dor, onde existe uma ferida, onde
ainda estou vulnerável...
Hoje meu amigo me disse sobre como seria
a celebre afirmação de Jesus sobre o fardo ser leve e o jugo suave, e me vi
dissertando sobre o assunto...
Mas de acordo com o que acredito, neste
evangelho do Reino de Deus, que para mim é A Verdade, este que parece loucura,
utopia, este que fala de coisas conflitantes e ao mesmo tempo simples...
O evangelho aparentemente das
contradições, do perder
para ganhar, morrer para viver, de diminuir para crescer... Do pequeno, do
aflito e do esquecido...
É nisto
que creio, neste que diz que devo abrir mão, mesmo quando é difícil, mesmo
quando já não me parece ser possível aguentar mais...
Nesta existência onde tudo parece pouco
para os outros e o nosso máximo parece não bastar, onde carregamos dentro de
nós tantas lutas e divagações, onde somos limitados e usamos apenas uma parcela
de nossa capacidade, uma mínima parcela... mas que somos desafiados dia após
dia, momento após momento, levedas aos voos mais altos, mesmo quando nossas
asas já estão cansadas...
Não nos é permitido desistir, nem mesmo
parar. A vida segue impiedosa e feroz, independentemente de como está o nosso
coração...
Não se pode nem mesmo ventilar esta
ideia, pois a única vítima real disto seria nós mesmos e talvez um ou outro que
por ventura se importe de fato...
Há uma estrada a ser trilhada...
Uma montanha e ser vencida...
E um gigante a ser derrotado...
A cada dia...
Então seguimos em frente, mesmo que
nosso ser interior esteja por se romper...
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