Na maioria das
vezes nem mesmo podemos perceber, dimensionar ou mesmo entender o que se passa
no interior dos outros. Não temos a menor possibilidade de mensurar, medir ou
mesmo avaliar qual a dimensão das lutas e problemas que o outro esta
vivenciando...
Porém nossa falta de cultura e de
sensibilidade nos faz na maioria das vezes, minimizar o problema alheio e
maximizar nossas intempéries e até por vezes nossos sofismas estigmatizados pela
nossa ótica míope de nós mesmos... O outro sempre tem que ser forte... O outro
tem que sempre compreender, suportar e seguir em frente...
Em muitos momentos nem mesmo percebemos
o quanto a pessoa está fragilizada e prestes a se romper, feito a corda de um
violino tensionada ao máximo de sua capacidade, já dissonando, desafinando e
não conseguindo mais ir adiante...
Nestas horas muitos se colocam “ao nosso
lado” para lembrar-nos o quanto somos especiais e o como o ouro é depurado,
como o trigo é trilhado ou a uva esmagada para obter-se sucessivamente ouro
pura, farinha de ótima qualidade e o mais precioso vinho...
Mas quem está ali, sufocado, suportando
quer apenas um abraço, uma gentileza e o reconhecimento de sua humanidade e limitação,
não espera ser um super-herói, nem mesmo um herói, apenas ser gente, que chora,
que perde as forças e que precisa também de alguma atenção...
E o pior de tudo é que nunca iremos ter
esta percepção a respeito dos outros, nem mesmo iremos compreender de fato o
que se passa lá dentro, nos recônditos da mente e coração, no mar mesclado de
emoções e pensamentos que desemboca na praia das memórias e nos rochedos das
vivências...
Por isto lembre-se disto: Você não sabe,
nem nunca irá saber, a menos que esteja disposto a gastar seu tempo para ouvir
e prestar atenção, da mesma forma que deseja receber atenção... Da mesma
forma...
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