Recebi dele o melhor elogio literário que já me deram,
fazendo uma comparação de mim com um grande escritor, “fulano de tal, de Butiá”.
Nunca vou esquecer, nem ele, nem o elogio, mas a verdade é que ele é que era um
grande leitor. Leu de tudo um pouco, assim como eu. E nos presenteou com muitos
textos e entrevistas.
Exaltou a memória da cidade, das pessoas daqui, sem pender
para este ou aquele, admirava as pessoas e as motivava, me motivou muitas vezes
a continuar escrevendo, ele era assim...
Era?
Não deixou de ser, existe. Existe em memórias, em saudades e
em legado. Existe em sua fé, e como me disse uma vez que estava chateado “com
os cristãos e a igreja”, como um cavalheiro, contido e cuidadoso teceu sua
frustração sobre “o afastamento da simplicidade, do amor e da caridade das
religiões”.
Tive o privilégio de entrevistá-lo no “Cidade Livre” da
Atualidade, e como em outras vezes percebi estar diante de um homem evoluído e
culto, raro exemplar de cidadão de nossa cidade. José Wainer Silva, o Zé
Wainer, nosso amigo partiu e não poderia deixar de homenageá-lo aqui...
Era mais um Zé, um
dentre tantos...
Caminhou por aqui, nas mesmas ruas,
frequentou os mesmos lugares que todos nós...
Sonhava este Zé, sonhava com um Butiá,
um Rio Grande e um Brasil melhor...
Era idealista o Zé, mas não era tolo,
sabia e se envergonhava do que os políticos vinham e vem fazendo...
Era família, era amigo, era gente, era
cidadão este Zé...
Era e já não é, não com a aparência que
vimos, não com a ‘casca’ terrena...
Mas é...
É em essência, em espírito e alma, é em
pensamentos, textos e legado... “Vai, vai sem medo de errar, vai sem culpa...”
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