sexta-feira, 2 de março de 2018

Sobre a fatalidade e a perda...


         Tem coisas que acontecem, que chocam tanto a gente que fica difícil expressar alguma coisa. Porém as pessoas insistem em opinar e tentar dar explicações...
         Ontem o Jonas, irmão em Cristo, filho, pai e marido, “perdeu a vida” de forma trágica, aos 29 anos de idade. Um trabalhador, fazendo o seu trabalho perdeu a vida. Nestas horas nada do que se disser fará muito sentido, nada confortará a perda e a falta que ele fará nos corações e mentes daqueles que o amavam...
         Também acredito em Deus, de forma parecida com a dele, mas vejo que na nossa falta de conhecimento dos assuntos espirituais, carecemos de compreensão em momentos assim, nossa fé vacila e queremos explicações. Temos o costume de ver a vida como um roteiro pré-ordenado, bem escrito e perfeito. Mas não é assim, Deus não é um anjo ceifador de vidas, nem uma entidade que se alimenta de sofrimento. Não, Ele nos deu a vida, nos entregou esta existência de aprendizado e evolução, para que nós a administrássemos como nos parecesse melhor.
            Não estamos perdidos num filme sem roteiro, mas também não vivemos uma sinfonia perfeitamente orquestrada, mas sim numa existência de causas e efeitos, escolhas e consequências. Não sabemos se ao virar uma rua qualquer não nos depararemos com o fim, num acidente, através da violência ou por um mal súbito.
            Mas não há aí um plano milimétrico e equacionado, mas sim um caminho que se faz ao caminhar e que a cada passo dado, pode tudo mudar e sem a gente saber a vida já não ser mais como era...
            Não existem culpados em casos assim. Não é uma expiação de culpa, ou uma condenação por um único descuido, em uma vida comprovadamente cuidadosa e séria. Não há um plano maligno em ação, apenas uma fatalidade, um acidente, infelizmente fatal.
            Sempre me conforto com um provérbio que diz “O justo é levado, antes que venha o mal”, prefiro crer assim. Acredito que ele está nos braços do pai, e com certeza, tendo a certeza definitiva, de tudo aquilo em que sempre acreditou. Para nós, que aqui ficamos, cabe o olhar atento e o braço estendido para os dele, que também ficaram e precisam de consolo...
            Para ele, as palavras de Jesus:
            “Mas todo aquele que perde a sua vida por amor de mim, acha-la-á...”

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