domingo, 30 de julho de 2017

Sobre controladores e guias cegos...



         Tenho tentado compreender as pessoas, começando sempre por mim mesmo. Busco me auto avaliar, rever conceitos e me adaptar. Já acreditei em coisas que não acredito mais. Já vim a acreditar em coisas que antes eu duvidava. Mas uma certeza eu tenho: tudo e todos mudam!
         É uma tolice (e uma chatice) querer que tudo funcione como nós imaginamos. Dependemos dos outros querendo ou não e não temos como conduzir ou controlar a quem quer que seja. As pessoas vivem querendo o controle. Desejam controlar suas casas famílias, negócios, trabalho e igrejas...
         Desejamos controlar os outros, alunos, empregados e até filhos...
         Mas não está em nós nada além de nós mesmos. A única vontade que podemos subjugar é a própria vontade e até nisto fracassamos... Falhamos em controlar nossos apetites e desejos, nossos sentimentos e até às vezes nossos pensamentos. Quem já não brigou consigo mesmo para tirar um pensamento ou uma música da cabeça?
         Então por que queremos controlar os outros?
         Quem, hoje em dia, sabe alguma coisa do futuro ou do dia de amanhã que seja para que se ponha como líder?
         Quem, de fato e de verdade, conhece o céu ou inferno para querer ensinar o caminho?
         Quem já, exaustivamente, estudou a fundo semântica, aramaico, grego e arqueologia ao ponto de, sem sombra de dúvida, poder dizer quem vai para um ou para outro?
         Somos uma pessoa no meio de quase oito bilhões de outras pessoas, morando num planeta em meio a milhares de outros de centenas de galáxias já catalogadas. Num planeta que nem os oceanos foram ainda de todo estudados. Uma pessoa que usa apenas seis por cento de sua capacidade cerebral e que nem de longe suspeita quanta coisa ainda não conhece.
         E ainda queremos guiar alguém para algum lugar???
         Para encerrar quero fazer uma analogia:
         Imagine que você entra num ônibus ou um avião para ir para algum lugar que você nunca foi e não conhece o caminho. Imagine agora que você descobre que o motorista ou o piloto sabe tanto quanto você sobre como chegar ao destino. Você dormiria nesta viagem? Confiaria nele?
         Nós fazemos isto todos os dias ao entregar os cuidados da nossa vida espiritual a homens iguais a nós, homens que ainda lutam com pecados e deficiências iguais as nossas, mas que acham que podem nos guiar...
         Não terceirize seu pensamento e sua fé...

domingo, 23 de julho de 2017

Sobre a Teologia da bênção...



         A incoerência evangélica já foi mencionada por mim em um texto recente. A tolice dos que esquecem que Deus nos dotou de inteligência e capacidade adaptativa e também com a possibilidade de rever conceitos.
         Quero falar de “bênção”, algo tão falado mas tão mal entendido em todas as culturas. A raiz hebraica da palavra não alude nada sobre ter algo mas sim sobre ser algo, ser uma bênção...
         Mas cada dia mais se levantam ‘arautos’ da bênção, seres que se julgam iluminados, muitas vezes auto iluminados, pois não têm raiz nem procedência... Bispos, apóstolos e pastores, evangelistas e um sem fim de títulos e nomenclaturas. Gente que diz ter o segredo, o ‘jeito’ que ‘Deus’ lhe ensinou para prosperar, para ter sucesso e ter a bênção...
         Porém o evangelho nos ensina muitas outras coisas, como buscar  o reino de Deus em primeiro lugar, a servir e que o que quem quer ser grande que seja o que sirva aos outros.
         Estes homens e mulheres auto intitulados ‘de deus’ são na verdade comerciantes da fé aos quais muita gente se sujeita e enriquece deliberadamente. São tolos apóstolos que são seguidos por tolos após tolos. Pessoas que jamais alcançaram o conhecimento pessoal de Deus, a amizade íntima com o Eterno...

         Ser bênção é algo muito diferente. É ser aquela pessoa que não é alvo de comentários maldosos, pois contra ela nada se encontra para falar, então as pessoas são obrigadas a se calarem ou falar bem, bem dizer, abençoar...
         São pessoas que vivem pelos outros e se dão de bom grado por amor. Pessoas que não falam mal, não ‘comentam’ mal, não dão calote, não fazem fofocas, não disputam cargos ou posições. Não se ofendem quando não são mencionadas, são humildes e boas o tempo todo e não somente quando estão sendo observadas...
         Ser bênção é uma escolha que a gente mesmo faz ao escolher ser do bem, ser da luz e ser verdadeiro. Desejemos ser bênçãos muito mais do que ‘ter bênçãos’. Que quando a gente passar as pessoas possam dizer coisas boas...

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Sobre pagar as despesas da Côrte...



         Já se vão 517 anos desde que os portugueses chegaram na ilha de Vera Cruz e desde aí a terra do pau brasil não teve mais sossego...
         Antes diversas tribos viviam bem por aqui até onde se sabe, morando num país tropical abençoado por Deus. Mas daí chegaram, ou chegamos e tudo mudou, se instaurou o puxadinho do império e a pompa da corte veio a reboque...
         Era preciso criar títulos e mais títulos de nobreza para ‘colocar’ bem toda a família, de todas as famílias. E assim foi umas ‘terrinhas’ aqui, um duque ou um barão cá ou acolá. Dilapidando, usurpando e ‘pegando’ tudo o que havia para ser pego...
         E daí, você deve se perguntar o que eu quero falar com toda esta história? A verdade é que a corte ainda está instaurada no país, sempre esteve, e não é diferente no estado e no município...
         Filhos de governadores, presidentes, senadores e ministros, parentes de prefeitos e vereadores, todos ‘precisando’ de seu carguinho, da sua ‘boquinha’... São cunhados e cunhadas, primos e primas, irmãos e irmãs, enfim a corte...
         Estamos pagando cada vez mais caro para manter a ‘turma’, os lulinhas, os paulinhos e os michels, seguem-se as estes os ‘fulano filho’, “beltrano junior” e alguns diminutivos dos nomes de seus pais, ou de apelidos e se seguem por aqui todo tipo de fruta que há anos marca seu território e ‘ajeita’ para os seus...
         Mas e o que fazer afinal?
         Quem sabe uma tomada da bastilha? Quem sabe um grande não aos que mantêm seus impérios e a todos que os mantêm intocáveis?
         Quem sabe a gente não reelege mais ninguém? Já teve? Nada fez? Bye, goodbye...
         Está mais do que na hora de dizermos não para mais do mesmo!

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