Nesta época todos nós ficamos mais reflexivos, é natural,
tudo apela para o nossos sentimentos. São propagandas, mensagens, vídeos e todo
o tipo de ‘desejos de coisas boas’. Mas nós, na maioria do tempo, não paramos
para verificar as nossas mensagens e e-mails, não assistimos até o fim, alguns
nem abrimos. Por quê? Por sabermos que foram enviadas para todos os contatos,
por malas diretas e da mesma forma que muitas que enviamos, apenas por acharmos
‘bonitinhas’.
Algumas que recebemos, sabemos vir até de pessoas que não
simpatizam com a gente, que nem gostam da gente de verdade...
Fiquei pensando nisto, nos grupos de “whats”, nas malas
diretas (nome interessante), nas redes sociais...e na hipocrisia, na nossa
falta de bom senso e no quanto não nos importamos e o quanto não compreendemos
o sentido do natal. Não entendemos o que significa o próprio Deus, seu
verbo-filho, seu filho-palavra, se despir de sua grandeza e majestade e se tornar
“um de nós”, limitar-se, “desempoderar-se” para compreender, para
sentir e vivenciar. Para ensinar e mostrar como se faz, como se deve viver e
como se deve amar...
Será que aprendemos? Será mesmo que um dia aprenderemos?
Conheci a realidade das comunidades terapêuticas e das
clínicas de recuperação, já vivenciei os leitos de hospital e também a solidão
das pensões e hotéis que são exacerbadas com os foguetes, as luzes e especiais
de natal...
A realidade dos párias e dos excluídos, que hoje à noite
estarão longe de seus pais, mães, filhos e filhas, amigos e amigas, e passarão
a meia noite no esquecimento destes lugares, semelhantes aos asilos e as
C.T.I.s e U.T.I.s, ou com seu parentes nestes locais. Os corredores e as salas
de espera, os plantões dos mais diversos tipos de serviços essenciais e também
nas cadeias e ruas...
Não quero dramatizar, apenas lembrar, que foi para estes que
Deus virou gente e como gente se fez servo e como servo ainda suportou a
condenação como malfeitor...por todos estes e por cada um de nós e por cada um
que hoje, mesmo em meio a muitas pessoas estarão solitários dentro de seus
corações, em bares e festas, ainda buscando um lugar no mundo...
Que hoje e sempre a gente pelo menos lembre disto e agradeça
pela nossa sorte de sermos quem somos e termos quem e o que temos...
Feliz Natal.
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