Somos essencialmente feitos de silêncios, de questões sem
respostas e de anseios de alma. Somos essencialmente feitos de sons e vozes,
canções e melodias necessárias para o preenchimento destes silêncios inquietantes
da mente inquisitiva...
Somos em essência construídos para mais, sempre mais do que
aquilo que já fizemos, já alcançamos ou projetamos. Somos não só o resultado de
nossas escolhas, mas somos essencialmente aquilo que escolhemos, e neste escolher,
sempre e inevitavelmente haveremos de abdicar de algo, ao acolher algo ficará
em detrimento...
Somos um paradoxo de algo e vazios. Vazios que ansiamos
preencher, mas que uma vez preenchidos geram expansões que geram mais vazios e
mais anseios...
Por isto a felicidade,
acaba sempre sendo colocada no próximo item, na próxima situação, pessoa ou
bem. Irremediavelmente acreditamos que sempre lá no futuro estão as
realizações, ferimos o agora com o ontem ou com o amanhã, esquecendo que ao
dizer futuro a primeira sílaba já fica no passado. Ofendemos ou entristecemos o
que está aqui pelo que não está nem aí...
Escolhemos mal e agradamos quem não se
importa e contamos como certo que o que se importa, o que está sempre ali,
haverá de sempre suportar...
Esquecemos que só se é, sendo...só se vai, indo...e só se acontece, agindo. E que se
for para viver o devir existencial que seja ao lado dos que igualmente são, são
porque vivem o que dizem ser e se diz deles o ser são porque sendo, se é também
saudável (são, sadio) e completo. E que deste ‘ser’ se é, também feliz...
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