Discordar...
Em
alguns momentos da vida discordamos de coisas de forma veemente e achamos que
jamais mudaremos de opinião ou de perspectiva. Somos sabedores que é da dúvida
que nasce a sabedoria e como já disse alguém ‘só os tolos tem certeza
absoluta’. Já fui um homem de certezas absolutas e convicções ferrenhas, hoje
sei que há mais cinza do que ‘preto no branco’ e que a vida, a existência tem
mais lusco fusco do que claridade e que como já disse o poeta ‘holofotes nos
meus olhos cegam mais do que iluminam’...
Saber
discordar com elegância e nobreza é uma arte a ser aprendida. Afinal a crítica
é mais fácil que a solução e tenho para mim que quase todo crítico é de alguma
forma um frustrado. O crítico de cinema quase sempre é um ator ou roteirista
que não deu muito certo, assim como o crítico de música jamais compôs algo de
valor...
Concordar...
Por
isto resolvi refletir sobre isto, ao ver que no fim pessoas que critiquei me
estenderam a mão, quando vi que gente que já ajudei me esqueceu profissionalmente.
Percebi que preciso ser maior e mais nobre para evoluir e que precisamos
acordar. Acordar no sentido de abrir os olhos e começar a viver, agir, fazer e
mudar. Mas também acordar no sentido de entrar em acordo, trabalhar junto, se
unir em prol de algo, em favor do todo...
Sei que não podemos dar de
ombros e fazer vistas grossas ao que está errado, nem aprovar a corrupção ou a incompetência,
mas entender que nem tudo é bem como parece e avaliar de longe é leviandade,
julgar sem somar e ter empatia é ser mesquinho e demagogo.
Hoje se abre diante de mim
uma oportunidade de crescer e aprender, de somar e cooperar, por isto pretendo
fazer o meu melhor. Praticar o discurso que sempre proferi sobre minha
admiração por cidades como Gramado, Canela, Dois Irmãos e outras da serra e
entorno, que tem na cidade seu bem comum e por isto, mesmo divergindo no
pleito, depois agregam pessoas que sabem, querem e estão preparadas para dar o
seu máximo.
Acordar...
Quero ver uma cidade
melhor de se viver, agregar da melhor maneira possível em um contexto tão
desfavorável no cenário político em geral. Mas nutro a esperança de que muitos
se juntem neste pensamento de dizer o que posso fazer ao invés de apontar o que
está errado, ou melhor, fazer a pergunta crucial: E eu o que estou fazendo pela
minha cidade?
Se reclamo da corrupção,
tenho sido cem por cento honesto e justo? Quem fura a fila não pode reclamar,
quem joga lixo na rua não pode reclamar da coleta, quem não respeita as leis de
trânsito, o código de postura municipal ou qualquer lei, pode criticar algo?
Quem tem preguiça de andar uma quadra ou duas para o trabalho pode reclamar da
falta de lugares para estacionar?
O que estamos fazendo de fato?