A jornada é longa,
demasiadamente longa, mas a gente nem percebe que já andou tanto, não fosse o
cansaço, as rugas e os cabelos brancos. O peso do corpo, o peso da mente e o
peso da vida...
Então a reflexão se faz necessária, as
medidas são inevitáveis. Medimos o tempo gasto até aqui, o que se fez, o que se
deixou de fazer. Medimos os êxitos e os fracassos, medimos nosso intelecto,
nossa possível sabedoria e a nossa parca experiência, o que aprendemos e o que
talvez de alguma forma tenhamos ensinado. Contabilizamos amigos conquistados e
perdidos, contabilizamos também decepções e gratas surpresas.
Terminar meio século é algo um tanto
estranho, principalmente ao perceber-se que tão pouco se sabe e o tanto que
ainda há para aprender e conhecer. Tanta vida por viver, pouco tempo para
tanto, menos pela frente, mais deixado para trás...
Percebemos então que muitas vezes não
éramos parte daquilo que nem percebíamos a participação havíamos marcado de
forma intensa. Deixamos impressões, boas e más, marcamos pessoas sem nem mesmo
saber que o fazíamos e para alguns que achávamos haver marcado, nada
significávamos e nem significaríamos. Perdemos tempo com pessoas ingratas e não
gastamos as horas necessárias com pessoas que valiam mais que tudo, filhos e
filhas, mães e pais que nem percebemos deixar de lado inúmeras vezes...
Neste momento, ao virar do calendário,
espero ainda fazer mais, muito mais que possa haver feito até aqui. Que a
maturidade chegue enfim e traga junto a ela um pouco de sabedoria, um tanto
novo de fé, calma e paz necessárias...
Que possa vivenciar este amor com o
qual fui contemplado já tardiamente, renovado do passado, vivenciado no hoje e
eternizado em nós...
Hoje, após as inúmeras mensagens
inesperadas, outras sempre presentes e algumas tão esperadas que não vieram, me
ponho a pensar nesta vida tão estranha, nas reações tão inusitadas que sempre
temos e neste tempo tão difuso, tão fugaz e tão efêmero. Nesta nossa trajetória
cheia de percalços e neste existir tão complicado e me pergunto no que se esta
fazendo aqui, até onde iremos neste mundo mordaz e indiferente, quando afinal
faremos algo de fato importante e pelo que seremos lembrados?
Espero, sinceramente o ser pelo que sou
e apenas pelo que fui aqui e simplesmente por isto... Que quem lembrar seja
pelo simples fato de eu ser eu mesmo, como sempre fui...
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