terça-feira, 11 de setembro de 2018

Apenas uma boa ideia...


            A jornada é longa, demasiadamente longa, mas a gente nem percebe que já andou tanto, não fosse o cansaço, as rugas e os cabelos brancos. O peso do corpo, o peso da mente e o peso da vida...
         Então a reflexão se faz necessária, as medidas são inevitáveis. Medimos o tempo gasto até aqui, o que se fez, o que se deixou de fazer. Medimos os êxitos e os fracassos, medimos nosso intelecto, nossa possível sabedoria e a nossa parca experiência, o que aprendemos e o que talvez de alguma forma tenhamos ensinado. Contabilizamos amigos conquistados e perdidos, contabilizamos também decepções e gratas surpresas.
         Terminar meio século é algo um tanto estranho, principalmente ao perceber-se que tão pouco se sabe e o tanto que ainda há para aprender e conhecer. Tanta vida por viver, pouco tempo para tanto, menos pela frente, mais deixado para trás...
         Percebemos então que muitas vezes não éramos parte daquilo que nem percebíamos a participação havíamos marcado de forma intensa. Deixamos impressões, boas e más, marcamos pessoas sem nem mesmo saber que o fazíamos e para alguns que achávamos haver marcado, nada significávamos e nem significaríamos. Perdemos tempo com pessoas ingratas e não gastamos as horas necessárias com pessoas que valiam mais que tudo, filhos e filhas, mães e pais que nem percebemos deixar de lado inúmeras vezes...
         Neste momento, ao virar do calendário, espero ainda fazer mais, muito mais que possa haver feito até aqui. Que a maturidade chegue enfim e traga junto a ela um pouco de sabedoria, um tanto novo de fé, calma e paz necessárias...
         Que possa vivenciar este amor com o qual fui contemplado já tardiamente, renovado do passado, vivenciado no hoje e eternizado em nós...
         Hoje, após as inúmeras mensagens inesperadas, outras sempre presentes e algumas tão esperadas que não vieram, me ponho a pensar nesta vida tão estranha, nas reações tão inusitadas que sempre temos e neste tempo tão difuso, tão fugaz e tão efêmero. Nesta nossa trajetória cheia de percalços e neste existir tão complicado e me pergunto no que se esta fazendo aqui, até onde iremos neste mundo mordaz e indiferente, quando afinal faremos algo de fato importante e pelo que seremos lembrados?
         Espero, sinceramente o ser pelo que sou e apenas pelo que fui aqui e simplesmente por isto... Que quem lembrar seja pelo simples fato de eu ser eu mesmo, como sempre fui...


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