domingo, 30 de setembro de 2018

Discordar, concordar e acordar


                   Discordar...
            Em alguns momentos da vida discordamos de coisas de forma veemente e achamos que jamais mudaremos de opinião ou de perspectiva. Somos sabedores que é da dúvida que nasce a sabedoria e como já disse alguém ‘só os tolos tem certeza absoluta’. Já fui um homem de certezas absolutas e convicções ferrenhas, hoje sei que há mais cinza do que ‘preto no branco’ e que a vida, a existência tem mais lusco fusco do que claridade e que como já disse o poeta ‘holofotes nos meus olhos cegam mais do que iluminam’...
            Saber discordar com elegância e nobreza é uma arte a ser aprendida. Afinal a crítica é mais fácil que a solução e tenho para mim que quase todo crítico é de alguma forma um frustrado. O crítico de cinema quase sempre é um ator ou roteirista que não deu muito certo, assim como o crítico de música jamais compôs algo de valor...

              Concordar...
            Por isto resolvi refletir sobre isto, ao ver que no fim pessoas que critiquei me estenderam a mão, quando vi que gente que já ajudei me esqueceu profissionalmente. Percebi que preciso ser maior e mais nobre para evoluir e que precisamos acordar. Acordar no sentido de abrir os olhos e começar a viver, agir, fazer e mudar. Mas também acordar no sentido de entrar em acordo, trabalhar junto, se unir em prol de algo, em favor do todo...
         Sei que não podemos dar de ombros e fazer vistas grossas ao que está errado, nem aprovar a corrupção ou a incompetência, mas entender que nem tudo é bem como parece e avaliar de longe é leviandade, julgar sem somar e ter empatia é ser mesquinho e demagogo.
         Hoje se abre diante de mim uma oportunidade de crescer e aprender, de somar e cooperar, por isto pretendo fazer o meu melhor. Praticar o discurso que sempre proferi sobre minha admiração por cidades como Gramado, Canela, Dois Irmãos e outras da serra e entorno, que tem na cidade seu bem comum e por isto, mesmo divergindo no pleito, depois agregam pessoas que sabem, querem e estão preparadas para dar o seu máximo.
         Acordar...
         Quero ver uma cidade melhor de se viver, agregar da melhor maneira possível em um contexto tão desfavorável no cenário político em geral. Mas nutro a esperança de que muitos se juntem neste pensamento de dizer o que posso fazer ao invés de apontar o que está errado, ou melhor, fazer a pergunta crucial: E eu o que estou fazendo pela minha cidade?
         Se reclamo da corrupção, tenho sido cem por cento honesto e justo? Quem fura a fila não pode reclamar, quem joga lixo na rua não pode reclamar da coleta, quem não respeita as leis de trânsito, o código de postura municipal ou qualquer lei, pode criticar algo? Quem tem preguiça de andar uma quadra ou duas para o trabalho pode reclamar da falta de lugares para estacionar?
O que estamos fazendo de fato?

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