Tenho andado pensativo ultimamente, sobre a questão da efemeridade
da vida, das coisas, das pessoas e principalmente da falta de constância, de
firmeza, de palavra, a falta do Eterno...
A inconstância generalizada, a fraqueza das coisas, dos
relacionamentos e das pessoas. Como é efêmera a idade, como se esvai, como é
fugaz o nosso tempo e as nossas ações. Como disse Adriana Calcanhoto: “As
crianças correm para onde?”
Tenho observado a inconsistência das falas, das pessoas e
das ações. Se denominamos épocas como idade disto, idade daquilo, acredito que
esta seja a “EfemerIdade”, o tempo onde nada é muito concreto, nada é
totalmente verdadeiro, como se só estivéssemos esperando o castelo cair. O que
parece ser amigo não é de fato. O que parece amar não ama de verdade. O que
parece ser cristão não é e o que parece ser mundano é mais santo que o que diz
ser santo. E se o sacro já não é santo, então o profano se purifica.
O que discursa o amor não ama, o que afirma a retidão
caminha torto, o que diz andar na luz, se perde em densas trevas. O que se
ressente não percebe o quanto machuca e o que critica nada faz...
Estamos cheios de ‘doutores da lei’, de todas as leis, de
todas as causas, mas sem muitos que realmente se importem de verdade, com quem
quer que seja além de si mesmos. Os valores estão nas coisas até para aqueles
que se diziam não ser deste mundo e os que esperavam a eternidade ostentam seus
bens para maquiar a sua fragilidade, sua falta de solidez e sua meninice.
E o que estamos gerando além de uma grande massa de gente efêmera,
com relacionamentos, ideais, amizades e fé tão efêmeras quanto sua incapacidade
de altruísmo ou resiliência. Já não existem mais os abnegados, os humildes e os
que sofrem o dano.
Nos tornamos defensores de muitas coisas por um breve
período de tempo, não investimos mais em tentar compreender os outros, julgamos
sem aceitar julgamentos, criticamos sem aceitar criticas e sacrificamos
qualquer coisa para estarmos com a razão, enquanto isto uma infinidade de gente
sofre e sucumbe sem ninguém que realmente se importe...
Nenhum comentário:
Postar um comentário