domingo, 16 de dezembro de 2018

Sobre roupas brancas e mão sujas...


            Tenho visto que meus textos ultimamente tiveram menos visualizações e fiquei pensando no porque, por isto também resolvi escrever menos ainda. Há alguns meses depois de um grande período desempregado, de ter enfrentado os AVCs e me recuperado, fui ‘lembrado’ por um amigo e estou trabalhando com ele já há três meses e sou grato por isto...
            Mas percebi pessoas mudarem comigo. Sempre fui avaliado politicamente pelas escolhas da minha família, nunca tive um cargo ou concorri a qualquer cargo público. E estas coisas me fizeram refletir mais ainda sobre a vida. Sobre as pessoas acharem ter o direito sobre a vida alheia, sejam com opiniões, julgamentos ou qualquer tipo de ação que vá além de o ‘seu’ espaço e invada o limite do outro.
            Sempre cultivei amigos, ajudei e fui ajudado, mas na maioria do tempo aceitei as pessoas como eram sem obter o inverso. Quando tive oportunidade ajudei, indiquei pessoas para vagas, possibilitei tudo que pude, nunca disse não a alguém que me pedisse ajuda. Levei pessoas com o meu carro a Gramado para serem tratadas, encaminhei, consegui vagas, mas obtive a indiferença até de alguns que não tinham ninguém e de familiares de pessoas que ajudei.
            Estou me queixando? Não, estou avaliando as tantas vezes que nos enganamos. Os anjos que depois se mostram nada bons. Os amigos que só são amigos de quem concorda com eles.
Percebo nestes dias tão obscuros em que já não sabemos muito bem quem é quem. Onde os fiéis de todas as vertentes tem sido roubados, abusados e confundidos. Onde os ‘santos’ estão cada vez mais endiabrados, os ‘de Deus’ são tudo, menos de Deus. Os valores se perdem, a fé, a amizade e a fidelidade são apenas sinais de vulnerabilidade que atraem as mentes doentes e egocêntricas daqueles que só pensam em si, com discursos altruístas...
            As roupas brancas e os pés descalços hoje são tão sinônimo de corrupção e de imoralidade lasciva quanto tem sido as gravatas e as saias compridas daqueles que um dia também já foram tidos como o povo ‘de Deus’...
            O que me leva a resolver tomar distância. Talvez, cada vez meus textos deixem de serem lidos, mas prefiro o refúgio dos que amo, da minha fé simples e dos livros que sempre são autênticos. Não quero ser parte do que vejo, da proliferação da fé na clandestinidade, da falsidade de motivos e nem das ações feitas apenas com a finalidade firmada no ego... Nem das mãos que abençoam ao mesmo tempo que abusam, nem das fontes de águas doces e amargas... Ou das roupas brancas com mãos sujas...
            Que Deus me permita seguir na simplicidade do meu caminho, da minha fé e do amor que me move, sabendo que meu coração permanece em paz e minha consciência tranquila, por mais que eu tenha tido sempre mais juízes do que amigos...


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