Sinceramente foi quando achei que nada
pior poderia me acontecer, mas que o que ali estava já me era pesado demais e
que ou eu sucumbia ou me erguia de vez.
Resolvi me erguer e me enfrentar com
sinceridade e verdade. Desisti dos enganos que eu mesmo me infringira ou
permiti que me colocassem no coração. Ao perceber que em minha mente tinha mais
perguntas que respostas, mais dúvidas que certezas, mas que também havia dentro
do meu ser a capacidade da criação. Que através de mim, e de cada pessoa,
passava todo o milagre da vida e a grandeza de ser.
Feito
um Peter Pan tardio ou como um principezinho que habitava um pequeno asteroide,
pude perceber que viver é realmente uma grande aventura.
E
mesmo quando as pessoas não percebem nossos mais preciosos momentos ou não os
vejam como tão grandes ou importantes como os são para nós. Ainda assim
precisamos despertar o nosso lado criança e nos encantarmos uma vez mais, nos
alegrarmos uma vez mais e sorrirmos enfim.
Maravilhoso
é saber que mesmo depois de ter frequentado o gueto de minha alma, alguns
lugares muito escuros e feios. Depois de haver estado no meu próprio inferno e
descoberto a saída de lá e até sinalizado para alguns, de forma que também
pudessem sair.
E
ver que apesar e por isto tudo ainda me restam fábulas de raposas que falam
sobre cativar, pequenos príncipes e seus carneiros desenhados viajando em alguma
constelação. Que nas reminiscências de minha memória, apesar de tudo, ainda
existem em pleno frescor meninos que não queriam crescer, alguns meninos
perdidos e uns piratas também. Que em uma estrada de tijolos amarelos ainda
abrigam leões covardes, homens de lata e espantalhos buscando suas virtudes,
sem deixar de enfrentar as bruxas más.
Hoje
me alegro ainda mais diante da nova conquista. Com quase cinquenta anos poder
ingressar numa faculdade federal e estudar filosofia, apenas para continuar a
amar a sabedoria. Que todos que acompanharam este pequeno devaneio ou texto se
preferirem, saibam que estou feliz por alcançar mais um pequeno degrau desta
caminhada.
Que
não nos faltem histórias e aventuras, sempre com os pés no chão e os olhos
adiante.
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