segunda-feira, 6 de março de 2017

Sobre meninos e fábulas, mas também sobre pensar...



         Sinceramente foi quando achei que nada pior poderia me acontecer, mas que o que ali estava já me era pesado demais e que ou eu sucumbia ou me erguia de vez.
         Resolvi me erguer e me enfrentar com sinceridade e verdade. Desisti dos enganos que eu mesmo me infringira ou permiti que me colocassem no coração. Ao perceber que em minha mente tinha mais perguntas que respostas, mais dúvidas que certezas, mas que também havia dentro do meu ser a capacidade da criação. Que através de mim, e de cada pessoa, passava todo o milagre da vida e a grandeza de ser.

Feito um Peter Pan tardio ou como um principezinho que habitava um pequeno asteroide, pude perceber que viver é realmente uma grande aventura.
E mesmo quando as pessoas não percebem nossos mais preciosos momentos ou não os vejam como tão grandes ou importantes como os são para nós. Ainda assim precisamos despertar o nosso lado criança e nos encantarmos uma vez mais, nos alegrarmos uma vez mais e sorrirmos enfim.

Maravilhoso é saber que mesmo depois de ter frequentado o gueto de minha alma, alguns lugares muito escuros e feios. Depois de haver estado no meu próprio inferno e descoberto a saída de lá e até sinalizado para alguns, de forma que também pudessem sair.
E ver que apesar e por isto tudo ainda me restam fábulas de raposas que falam sobre cativar, pequenos príncipes e seus carneiros desenhados viajando em alguma constelação. Que nas reminiscências de minha memória, apesar de tudo, ainda existem em pleno frescor meninos que não queriam crescer, alguns meninos perdidos e uns piratas também. Que em uma estrada de tijolos amarelos ainda abrigam leões covardes, homens de lata e espantalhos buscando suas virtudes, sem deixar de enfrentar as bruxas más.
Hoje me alegro ainda mais diante da nova conquista. Com quase cinquenta anos poder ingressar numa faculdade federal e estudar filosofia, apenas para continuar a amar a sabedoria. Que todos que acompanharam este pequeno devaneio ou texto se preferirem, saibam que estou feliz por alcançar mais um pequeno degrau desta caminhada.
Que não nos faltem histórias e aventuras, sempre com os pés no chão e os olhos adiante.

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