quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Culpas e impunidades...


            Somos levados a carregar muitas cargas desnecessárias. Sentimentos e culpas, erros e deslizes, mágoas e decepções sem fim. Solidificou-se em nossa sociedade uma culpa que é carregada indistintamente por todos aqueles que querem fazer a “coisa certa”.

        Por outro lado, vemos por aí uma impunidade latente e descarada. Por que este antagonismo? Qual a causa de tanta discrepância?
        Talvez por muito tempo as “pessoas de bem” tiveram um ensinamento opressivo, firmado em dogmas de retidão e sucesso, que para os que não atingissem fosse relegado a marginalidade, mas que não se justificam na prática.
        Mas hoje e daqui para frente nesta ação que impede o ensinamento vimos a marginalidade chegar ao poder e ficar com a sua sempre “deslavada” cara de “não vai dar nada”.
        E então o que se pode fazer? Qual reflexão seria pertinente neste momento?
        Vejo esta ambiguidade de uma forma bem clara:
        Primeiro não se pode carregar culpas sem fim se estamos caminhando para a solução, se nossa parte está sendo feita com afinco e dedicação, se há uma motivação clara e inabalável de seguir em frente “fazendo a coisa certa”, então está tudo bem, deve-se deixar o passado para trás e seguir decidido em frente.
        Segundo precisamos mudar este pensamento que aí está corroendo a sociedade e família, as relações e a política, o trabalho e o governo. Ensinar hoje e sem medo, ensinar nossos filhos, alunos, netos e a nós mesmos, que existem consequências diretas de nossos atos, que não é assim que se faz e que pedir perdão e mudar de atitude é o certo e não desculpas sem fim e continuar com as mesmas atitudes...

        Se a impunidade dos governantes nos incomoda, mas nossos filhos e nós mesmos fazemos o que bem entendemos então nosso discurso é vão e sem sentido...
       Se me ofendo com a corrupção mas não cumpro o que digo e não devolvo o troco dado errado, então sou apenas uma pessoa que fala mas não faz...façamos, sejamos e então poderemos cobrar dos outros.

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