quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Quando não nos entendemos...

         Como é difícil se comunicar mesmo e apesar de toda tecnologia que dispomos. E justamente por ela e através dela sofremos...

         Sou do tempo da carta, sim escrita com papel, postada em envelope via correios. Onde se levava dias para receber e outros tantos para se responder. Haviam jogos duplos sim, mas era só conhecer o carteiro ou comparar as cartas que não se deletavam virtualmente...
         Telefones eram em centrais, via telefonista e poucos dispunham de tal conforto. Haviam trotes sim, mas coisas bobas apenas...
         Saudosismo? Não! Apenas a constatação de nossas urgências instantâneas e conflitantes... onde todos estamos “experts” em comunicação virtual, acabamos por sofrer esta instantaneidade de saber que fomos ‘visualizados’, curtidos, visualizados ou esmiuçados em nossas linhas e publicações...

         Me deparo comigo sofrendo esta urgência, esta síndrome e sem motivos ficar em conflito...ah a sina dos que precisam ser compreendidos e ouvidos...
         Todos que escolheram as palavras e a linguagem precisam ser compreendidos, os artistas pior ainda, mais intensos, os espiritualizados detentores de intuições por vezes mais aflitos ainda...
         Trânsitos nestes mundos e careço de ser ouvido, mas o sufoco, a tensão que nos corrói por dentro, nos afogam e nos enlouquecem por vezes...e ao ser sensível e poetizar a vida, se sofre mais e em demasia...
         “Viver é lutar com demônios no coração e na mente...
        Escrever é participar de nosso próprio julgamento” Ibsem
         Mas e daí, o que fazer então?
         Quanto a mim hei de me voltar ao meu Deus, a simplicidade de aprender a ler música, ler livros, assistir filmes e enriquecer a alma, escrever mais e muito, pôr para fora os livros que me enchem a mente, os textos que guardo em mim, haverei de relaxar e aproveitar este “seláh” que me foi proporcionado e produzir...

        E se posso te aconselhar em algo que estou por aprender te digo:
Não levemos a ponta de faca, não deixemos que nossas cicatrizes antigas abram novas feridas. Paremos com esta urgência e esta pressão sobre nós mesmos e sobre todos, que as redes sejam ferramentas e não armas e a tecnologia praticidade e aproximação, pois no fim das contas não será o policiamento aos outros que mudará o nosso mundo, mas sim a minha reflexão interna somada a uma atitude de mudança e iluminação da minha própria mente que resultará num mundo melhor para mim e para os que me cercam...


Se o Senhor não cuidar da cidade em vão vigiam os sentinelas.. Provérbios de Salomão

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