quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Sobre o medo de perder...



        Todos nós temos o medo de perder. Perder alguém, perder algo, perder...
        A cada dia corremos um risco imenso de ter perdas e nem nos conscientizamos, podemos estar dormindo tranquilos em casa e acordarmos com uma notícia de um acidente de um filho, parente, amor, alguém...perder...
        Todos nossos sentimentos, emoções e instintos gritam dentro de nós contra as perdas, as tememos, imaginamos como faríamos, como seria. Tive esta experiência neste domingo de dia dos pais, recebi a notícia de um acidente de carro com meu filho. Recebi a ligação dele mesmo, estava vivo, estava bem (e está bem), graças a Deus, literalmente.
        Já agradeci e ficarei agradecendo muito tempo pela vida dele, assim como sempre faço, mas tive uma consciência tão grande da efemeridade e de quanto a vida é fugaz, poderia estar agora vivenciando o pior luto de todos. Ao ver o carro e o local do acidente alternei sentimentos de gratidão e incredulidade, ao ver que ele saiu dali ileso...
        Resolvi escrever este texto como gratidão a Deus, mas também como reflexão, pois nestas horas nada mais importa e a gente coloca de lado toda e qualquer outra coisa. E será que não deve ser sempre assim? Será que nosso tempo com quem amamos não deve ser mais bem aproveitado?
        Pensemos, todas as diferenças que se tem com um pai, ou filho, ou irmão e ainda com quem quer que seja não deve ser relegado ao esquecimento ao pensarmos: E se de repente eu não tiver mais esta pessoa na minha vida?
        Se colocarmos nossas diferenças de lado nos daremos melhor com as pessoas. Nossas mágoas e decepções não tem valor algum diante do não poder nunca mais falar com aquela pessoa...perdê-la...
        Não tenho nada contra meu filho, pelo contrário, nunca tive um sentimento negativo a respeito dele, nenhuma vergonha, nenhuma decepção, apenas orgulho. Mas me fez pensar nisto, em quantas pessoas podem partir de uma hora para a outra e a necessidade como disse o poeta, de ‘deixarmos as pessoas sempre com palavras amáveis, pois nunca sabemos quando e se as veremos de novo’...
        Agradeço mais uma vez pela vida de meu filho e de minha filha, por serem eles os meus filhos. E tenho certeza que aprendemos o quanto a vida é frágil e o quanto Deus é bom e cuida de nós...
        E fora a morte, ou mesmo através dela, temamos não o perder, mas o não termos demonstrado o quanto amamos as pessoas que nos são importantes.

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