Somente pensar em retirar a Sociologia e a Filosofia da
grade curricular do ensino médio é algo para ser avaliado, mas propor isto,
vindo do relator do governo Senador do PSC, já demonstra total desconhecimento
de função e de propósito.
A argumentação de que as ciências e tecnologias são mais
importantes, remonta o debate Filósofos e Matemáticos, iniciado por Leonardo Da
Vinci, que argumentou, grosso modo, que qualquer ciência que não pudesse ser
demonstrada não seria válida. Logo, propor algo semelhante hoje em dia é
retroceder e desconhecer a história.
É desconhecer ou pior, ignorar que toda a física, biologia, matemática
e por aí a fora se originou no pensamento filosófico essencialmente. Até mesmo
Da Vinci, como matemático na época ignorava a irrealidade dos números, ou seja,
apesar da matemática ser ‘exata’ ela se baseia em ‘entes’ irreais, mensurados
para dar valor, quantidade, profundidade, mas irreais pois ninguém conhece o “1”,
ele representa um valor, mas não é o valor em si...
Da mesma forma, nestes dias onde a tecnologia invade nossa
vida em todos os âmbitos (nada de errado com a tecnologia se bem utilizada), e
ainda assim se produz cada dia mais alienados, ignorantes, domesticados em
ideologias de massa, como ponderar a retirada das disciplinas ‘pensantes’ da
grade escolar?
Conhecer o passado, mensurar os desenvolvimentos dos
pensamento filosófico, ético e lógico, bem como questionar as coisas que são
apresentadas são apenas algumas das vantagens de que este ensino prossiga.
Acredito que o senador, talvez por sua ‘visão partidária cristã equivocada’
ache que a filosofia produz ateus e esteja fazendo uma caça as bruxas e isto
também seria uma tolice de quem não conhece a realidade.
Uma proposta muito bom de economia e de desenvolvimento
seria a retirada das vantagens dos ilustres senadores e deputados, bem como um
ensinamento profundo da República de Platão, da Política de Aristóteles e uma
bom dose da Ética de Kant...
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