Você têm que ser mais leve...
Quem já não ouviu isto alguma vez?
E é claro que não falamos de peso físico, mas em densidade,
tensão em ser leve no viver, caminhar na ponta dos pés...
Mas como ser leve nos dias de hoje? Como se portar com
leveza quando a vida nos sobrecarrega?
A cada dia somos desafiados, ultrajados, provocados ou
ignorados. Talvez a indiferença seja a maior falta de respeito que se possa
conceber. Tratar alguém com indiferença é se achar melhor, é desmerecer,
independentemente de qualquer valor. Nos dias de hoje, diante da geração ‘vida
fácil’, nas relações profissionais com estressados de plantão, na sociedade em
geral, com pessoas maldosas e invejosas (as vezes com inveja nem sabem de que),
ou com atendimentos impessoais e sisudos, trânsito enlouquecido e extremismos
de todos os tipos nos sendo impostos, cinismo e dissimulação de todos os
lados...
Como ser leve?
Talvez indo morar no Tibet, ou fazendo um curso intensivo de
zen-budismo ou ainda aprendendo na prática a ‘oração da serenidade’?
Talvez eu não entenda
de leveza, talvez eu seja feito de tensão, de ‘vibrato’, de intensidade. Me
sinto feito uma corda tensionada para que possa ‘tocar’ de maneira correta, para
sensibilizar tenho de ser feito de sensibilidades.
Quem sabe, por não saber ser leve, eu
tema ser superficial ao invés de profundo, e ao ser denso demais eu acabe por
ser eu mesmo. Ainda que conheça amenidades e possa em momentos ter a leveza
necessária, saí mais intenso e nesta intensidade percebo o imperceptível de
forma clara e coesa...
Talvez eu seja leve à beira mar, mas
ali apenas de passeio por viver na profundidade do oceano...
E finalmente, acredito que a minha ‘leveza’
seja apenas para quem valoriza a minha ‘tensão’...
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