segunda-feira, 30 de abril de 2018

Sobre todas as 'Danis'...


        Ficamos em silêncio, fingimos não ver e nos omitimos muitas vezes na vida. Somos espectadores de tanta crueldade que até nossos sentidos se embotam e acabamos por calar diante da injustiça, do abuso, da violência e de tudo que nos constrange...
        Conheci hoje ‘pessoalmente’ a Dani, que teve coragem e está compungindo o nosso coração com sua triste história, mas com uma magistral narrativa. Não sei se serei considerado amigo por ela, mas sei que ela tem a idade da minha filha...
        Mas a Dani não é a única, nem a última infelizmente. O perigo desta natureza (ou seria ‘antinatureza’) é infiltrado nas dependências familiares e na intimidade da casa, é feito por gente com nome e grau de parentesco, com ‘proximidade’, talvez demais até...
        E o pior é que quem já sofreu se sente culpado, eu sei, e acredita que causou aquilo...
        Não queremos que seja com um dos nossos, nem o abuso, nem a violência. Mas se é o causador que é próximo, então a família vem com o deixa disto, com o ‘será que ela não tá inventando’, será que ela não provocou?
        Vale lembrar que não estou falando de relações incestuosas entre pessoas de idades próximas e com querer de ambos, mas sim de crianças sendo abusadas, violentadas e até estupradas. Sem desejar, sem nem saber o que é desejar, sem ter amadurecido o suficiente para sequer saber o que estava acontecendo...
        E nos calamos, e nos calam e fingimos não saber do que se trata, pois não queremos criar ‘caso’ no ambiente familiar e denegrir ou manchar o nome de um ‘pai de família’ por causa do ‘capricho’ de uma menina que quer chamar a atenção...
        Quando na verdade tudo o que elas queriam era não ter chamado a atenção destes animais...
        Não tenho nenhuma solução ou reflexão neste texto, apenas um gemido de dor lancinante por estas crianças que muitas vezes gritaram ou balbuciaram: para tio, para pai, para vô e mãe me ajuda...


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