quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Sobre cavernas e falar com anjos...



         As cavernas são todas semelhantes: frias, úmidas e bolorentas, escuras também. Qualquer iluminação é pouca no interior delas...
         Muitos fazem a alegoria de cavernas com nossos momentos difíceis. Com aquelas situações em que não temos uma perspectiva adequada, não conseguimos ver quase nada e nos sentimos sozinhos, abandonados por Deus e pelas pessoas...
         Por vezes estes períodos são longos demais, como uma caverna que embora profunda não tenha uma saída pelo outro lado, apenas mais escuridão e ilusões provocadas pelo fogo inconstante das tochas...
         Mas de acordo com relatos em diversas culturas é aqui que se transcende. São nestas cavernas, nestas noites escuras da alma que homens conversam com anjos e recebem respostas do Eterno.
         É na falibilidade de nossas forças e no escoar de nossas esperanças que evoluímos e descobrimos que somos um pouco mais do que havíamos sido até então. Descobrimos que mesmo em meio às perdas e decepções, que ainda podemos mais, suportamos mais do que jamais houvéramos pensado ser possível.
         Descobrimos ali que nossa essência permanece apesar de todas as fornalhas e tempestades pelas quais passamos. E de repente, lá no fundo da caverna, nas sombras difusas do pensamento, uma luz surge e se apresenta para nos trazer alívio e amparo. Após os desertos, após as cavernas, ou ainda dentro delas, um anjo vem e nos seca as lágrimas e nos encoraja a seguir em frente...
         E onde o homem que busca a Deus perde as forças é justamente o lugar onde os anjos falam com ele...

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