Ainda bem que o essencial ainda é invisível
aos olhos, ainda bem que ainda só se vê bem e bem realmente com o coração...
Aos sete anos mais ou menos li meu
primeiro livro inteiro, graças a minha irmã, visionária e educadora mesmo antes
de ser. Li “O Pequeno Príncipe”, depois disto muitas vezes e hoje assisti aos
49 anos, o filme...sete vezes sete anos depois.
Ainda estou encantado com o que vi,
sempre acalantei em meu coração estas verdades cativantes e essenciais, mas ao
percebermos que ‘crescemos’ e que já somos adultos, tememos o perder do
encanto...
Me alegro ao estar, a esta altura da existência
começando um curso de filosofia, onde o essencial é justamente o poder de se
encantar ainda, o poder ser infantil o suficiente para não temer as perguntas.
O ser criança o suficiente para imaginar as mais mirabolantes possibilidades,
sem medos, sem censuras...
A “essenciabilidade”, ou seja a
possibilidade de entender que o essencial ainda está, na maior parte do tempo,
oculto em meio as muitas coisas...
Compreender que as ‘rosas’ de nossa
infância vivem ainda nos recônditos de nosso coração e que é só ele que enxerga
bem no final das contas é poder estar sempre pronto a ver muito mais do que a
caixa do carneiro, sem temer a catástrofe dos Baobás...
E então e só então todas as estrelas
irão estar a sorrir, as gargalhadas gostosas de nossa infância...