sábado, 8 de abril de 2017

Sobre mim mesmo e a sensação de fracasso...



         Nem sempre conseguimos avaliar as coisas com acerto, com veracidade ou imparcialmente. Na maior parte do tempo avaliamos as coisas, pessoas ou situações de uma maneira parcial.
         Nem sempre tudo é preto no branco, existem tons de cinza e uma infinidade de cores e divergências. O fracasso é uma destas coisas difíceis de definir ou conceituar.
         Eu fracassei tantas vezes e de tantas formas que já perdi a conta. Já vi desabarem meus sonhos e já vi desabar a minha realidade. Tentei sempre e continuamente me erguer depois de cada um dos meus fracassos.
         Falei sobre minha queda e publiquei meus defeitos, encarei meus medos e meus fantasmas. Dentro de mim enfrentei os mais terríveis e maldosos monstros de mim mesmo.
         Para alguns fui bom pai, pois meus filhos são pessoas maravilhosas. Para outros fui péssimo, um fracasso como pai e a honra e o crédito do êxito deles é da mãe deles.
         Para alguns sou um bom funcionário, competente e eficaz. Para alguns eu sou um fracasso por já estar há bastante tempo desempregado.
         Para alguns sou um homem de Deus por conversar com Ele e ter aprendido bastante. Para alguns sou a representação do fracasso, do náufrago na fé, pois caí muitas vezes, pequei e ‘desonrei’ meu compromisso com ele.
         Para algumas pessoas tenho atributos de um bom amigo, companheiro, amor, pois sou romântico, atencioso e dedicado. Muitos me consideram um fracasso nos relacionamentos e nem acreditam em mim de fato.
         Algumas pessoas consideram que eu escrevo e me expresso bem, mas para muitos sou arrogante, falante demais e intrometido falando de coisas que nem devia me meter.
         O que sou afinal?
         Sou talvez tudo isto, um pouco de cada destas coisas ou nada disto. De mim sei que reconstrui minha sanidade com muita determinação, escrevo para mantê-la e busco apenas ser aceito, como todo mundo na face da terra.
         Amo a Deus de uma forma que nem eu mesmo compreendo, mas sei que confio Nele, mesmo em momentos como este em que me parece não haver ali na frente mais nada para mim.
         Nestes dias em que independentemente do que me digam o que me parece é que eu fracassei, pois me parece que as portas estão todas fechadas e as forças só me parecem fraqueza.
         Desistirei? Não pois ouso dizer como S. Paulo: Quando sou fraco aí é que sou forte.
         Apenas chega-se no momento de se encarar a si mesmo uma vez mais e vencer ao único verdadeiro inimigo: Eu mesmo.

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