sábado, 15 de abril de 2017

Sobre guardar e compartilhar...



         Nestes tempos onde nada mais é guardado para si, onde nossas memórias estão ocupando megabites de nossos aparelhos celulares e notebooks ou se espalham na ‘nuvem’.
         Onde as pálidas nuances dos devaneios da memória real, aquela de nosso cérebro, através das sinapses de nossos caminhos neurais, não mais são acionadas.
         Onde todo tipo de informação precisa ser compartilhada, mesmo que de forma imprecisa. Onde a urgência do post é mais forte até do que o socorrer da vítima.
         Nestes assustadores dias da indiferença e do comodismo generalizados...
         A gente se pergunta como reabitar o mundo da imaginação, como reconstruir o planeta dos sonhos e refazer a capacidade de simplesmente pensar. Como?

         Nossos sonhos estão a distância de uma batida do coração...
         Nossos projetos estão a um impulso elétrico de nosso cérebro...
         Nossa realização está na pequena distância do movimento se transformar em suor no nosso corpo...
         Mas o reabitar do mundo imaginário se encontra nas muitas páginas dos livros lidos, dos filmes vistos e das histórias ouvidas. Se encontra no ‘cultivar’ dos pensamentos e sentimentos através da ‘cultura da alma’, do cultivar da existência, mas que se poderia simplesmente chamar de cultura.

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