sexta-feira, 30 de junho de 2017

Porque diabos estamos discutindo afinal?



         As redes sociais deram voz aos imbecis, disse alguém...
         Nestes dias de ‘politicamente correto’ está um pouco difícil emitirmos opiniões, ou se preferirem posições sobre alguns assuntos. Alguns desejam ‘doutrinar’ outros e não aceitam os diferentes, outros querem liberdade para todos e não aceitam os iguais...
         Opiniões se tornaram armas e as redes sociais campos de batalha, mas como ouvi alguém dizer hoje: mas porque diabos estamos discutindo isto?
         Se você não é de esquerda é coxinha e ‘Bolsomita’, se você é de esquerda é tachado de corrupto, se não é gay é ‘homofóbico’, se é gay e não milita é traidor, se não se manifesta é conivente com o governo, se manifesta é vagabundo pois não deixa o ‘trabalhador’ ir e vir...

         Mas a pergunta básica que deveria ser feita é se estou ‘lutando’ e pelo que estou lutando, se minha luta é pertinente, mas tiro o direito do outro já fica desqualificada a minha liberdade. A velha máxima de que meu direito vai até onde começa o do outro é muito necessária nestes dias.
         Porém, a gente deve mesmo se perguntar: O que me importa, ou me diz respeito o que o outro faz na sua intimidade?
         Ou: Porque tenho que publicar minha intimidade e querer que todos aceitem?
         Estas coisas não são de interesse pessoal e particular, não é?
         Porque a liberdade ou a falta dela no outro deve ser motivo para debates e embates?
         E se cada um cuidasse mais de si e aceitasse mais os outros?

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Sobre compreender os outros...



         Em tempos tão difíceis, onde as pessoas não se compreendem e parece que nem querem se compreender. Precisamos de uma boa dose de empatia, de aprender a se colocar no lugar do outro.
         Isto vale na questão da causa feminista, por exemplo, há um movimento uma proposta chamada “He for she”, ou seja ‘ele por ela’. Achei a proposta extremamente válida e importante. Se os homens compreenderem, forem chamados ao diálogo e não confrontados, eles terão a chance de entender.
         E isto vale para toda e qualquer questão ou dilema. E se cada um de nós pegasse o que não compreende e tentasse entender? O pai pelo filho, o filho pelo pai, o branco pelo negro, o hétero pelo homo, o rico pelo pobre...

         E se a gente começasse a ver eu pelo outro e estendesse a mão para o diálogo e ouvido para ouvir, perceber e entender o outro?
         Se nossas conjecturas parassem de ser eu por mim, talvez a gente conseguisse entender o próximo. Questionar de maneira acolhedora e compreensiva suas atitudes e ideais e não de maneira inquisitiva e julgadora...
         Entender que outro talvez tenha suas razões e dilemas é mais do que aceitar, é participar e vivenciar a questão. Talvez a melhor maneira de compreender seja uma simples pergunta:
         O que eu faria se estivesse vivendo isto?

domingo, 25 de junho de 2017

Sobre não saber seu lugar...



         O senso de lar, de aceitação e acolhimento é o que nos faz voltar para casa todos os dias. O porto seguro, o abrigo, o refúgio que tanto carecemos...Lar.
         Tenho consciência plena de que não se vive mais isto, pouca gente tem um lar no sentido do “home sweet home”, afinal regredimos e vivemos em núcleos sociais formados por individualistas. Pessoas egoístas do tipo de pensamento “se nada der certo”, que não valoriza os essenciais.
         Mas o ponto que gostaria de refletir é a situação do que não pode voltar para casa. Daquelas pessoas que se encontram num determinado ponto em que o mundo os engole. As pressões se avolumam e sufocam e há uma sensação de não poder voltar...

         O trabalhador com a carta de demissão na mão...
         O candidato a emprego depois de inúmeros ‘nãos’ a cada entrevista de emprego...
         Aquele que descobre uma traição...
         Todos os incompreendidos, deixados de lado, não percebidos sistematicamente...
         Os que não encontram mais o seu lugar no mundo, na vida, em ‘casa’...
         Quando não se pode voltar para casa há uma sensação de solidão e desamparo, de fracasso tão grande que nos achata e nos suprime...
         Quem muito lutou por ser aceito, por se tornar importante, ao menos para alguma pessoa, sabe bem o preço e a dor. Diferente daqueles que não a vivenciaram e ainda os que a vivenciaram e não a percebem quando de si parte, não conseguem mensurar...
         O não ter uma casa ou tendo não se sentir parte dela mais...
         Por isto hoje seja mais gentil, mais dócil a gente nunca sabe que desafio surge na vida das pessoas já ao acordar...
         Não se pode mensurar o quando um mundo com bilhões de pessoas pode ser solitário. E o quanto, depois que perdemos nossos pais que sempre nos acolheram, é difícil não ter um lugar para voltar...

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