O senso de lar, de aceitação e
acolhimento é o que nos faz voltar para casa todos os dias. O porto seguro, o
abrigo, o refúgio que tanto carecemos...Lar.
Tenho consciência plena de que não se
vive mais isto, pouca gente tem um lar no sentido do “home sweet home”, afinal
regredimos e vivemos em núcleos sociais formados por individualistas. Pessoas
egoístas do tipo de pensamento “se nada der certo”, que não valoriza os
essenciais.
Mas o ponto que gostaria de refletir é
a situação do que não pode voltar para casa. Daquelas
pessoas que se encontram num determinado ponto em que o mundo os engole. As
pressões se avolumam e sufocam e há uma sensação de não poder voltar...
O trabalhador com a carta de demissão
na mão...
O candidato a emprego depois de
inúmeros ‘nãos’ a cada entrevista de emprego...
Aquele que descobre uma traição...
Todos os incompreendidos, deixados de
lado, não percebidos sistematicamente...
Os que não encontram mais o seu lugar
no mundo, na vida, em ‘casa’...
Quando não se pode voltar para casa há
uma sensação de solidão e desamparo, de fracasso tão grande que nos achata e
nos suprime...
Quem muito lutou por ser aceito, por se
tornar importante, ao menos para alguma pessoa, sabe bem o preço e a dor.
Diferente daqueles que não a vivenciaram e ainda os que a vivenciaram e não a
percebem quando de si parte, não conseguem mensurar...
O não ter uma casa ou tendo não se
sentir parte dela mais...
Por isto hoje seja mais gentil, mais
dócil a gente nunca sabe que desafio surge na vida das pessoas já ao acordar...
Não se pode mensurar o quando um mundo
com bilhões de pessoas pode ser solitário. E
o quanto, depois que perdemos nossos pais que sempre nos acolheram, é difícil não ter um lugar para voltar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário