“Seja
como uma página que sofre por palavras que falam sobre um tema atemporal”
Esta frase da música “BE” de Neil Daimond, sempre mexeu
muito comigo, mas hoje em especial de forma diferente. Aprendi com tantos
escritores coisas que agreguei ao meu ser, com Nikos Kazantzáskis, no Pobre de
Deus ele diz no início:
“Muitas vezes tomei a pena para
escrever, porém logo renunciava, morto de medo. Sim, que Deus me perdoe, os caracteres do alfabeto me aterrorizavam. São duendes
malévolos, ardilosos, despudorados e pérfidos. No momento em que se abre o tinteiro
para libertá-los, fogem em atropelo incontrolável: animam-se; unem-se, separam-se
e alinham-se à vontade em cima do papel, completamente negros, com seus rabos e
cornos. E é inútil chamá-los à ordem ou suplicar. Fazem o que bem entendem.
Assim, nessa
desvairada sarabanda, revelam sorrateiramente tudo o que se queria esconder e
chegam ao cúmulo de recusarem-se a exprimir aquilo que, no âmago de nosso
coração, luta para sair e falar aos homens.”
Sempre fui intrigado com as palavras e estas coisas foram
fazendo minha paixão pelas letras, etimologia e grafias. Entender ou pelo menos
acreditar como eu acredito que o universo foi criado pela palavra e é
sustentado pela Palavra de Deus pode parecer romantismo, mas para mim é
definição.
Compreendo que palavras destroem e edificam, levantam e
arrasam, acalentam e consolam...
Hoje apenas me entendo assim, como uma página, o receptor
delas e por isto tantos textos, sofro-as, sinto-as e divulgo-as...
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