sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Sobre silêncio, insanidade e eu mesmo...



Aos que falam muito, como eu, é importante ouvir. Muitas vezes é preciso silenciar. Descobrimos de uma hora para a outra que nossa necessidade de comunicar nem sempre é benéfica.
Perceber a imensidão do silêncio, por vezes, é justamente o que a vida está a nos mostrar. O murmúrio da alma é suave, mas nem sempre é sereno. Como disse o poeta, ‘no silêncio não ouço os meus gritos’.
Eu contemplei a insanidade, pude ver e sentir de perto a utopia e flertei com a loucura. Num dado momento de minha vida me abandonei, como um dia escrevi, ‘eu não morava mais em mim’ e confesso, foi muito difícil voltar...
Reconstrui minhas paredes, tive que remover muito lixo. Reciclei pensamentos e crenças, quebrei muitos dogmas e me libertei. O Meu Grande Amigo estava ali, junto de mim, me mostrando como refazer o caminho e de que forma me redescobrir.

Houveram muitos momentos difíceis demais, outros nem tanto, mas ininterruptamente eu tive de ser feroz contra mim mesmo. Colocar um imenso espelho mental diante de mim e me ‘encarar’ de frente, num verdadeiro embate para saber quem eu realmente era e do que afinal eu fugia foi o mais difícil...
Então, pouco a pouco, fui delimitando o meu espaço, comecei a escrever para ‘organizar’ os pensamentos e quando vi escrevia de maneira intensa, o que faço até hoje. Pude ver de frente e cara a cara todos os meus ‘eus’... Sim, somos múltiplos e se você for honesto o bastante consigo mesmo perceberá que todos nós temos muitas facetas...

Hoje, como que diante do oceano profundo, como acredito ser, mas buscando a leveza da caminhada a beira-mar, eu prossigo e acredito que deste quadro seja necessário entender também que além da profundidade e da leveza ainda existe o vento e as ondas. E é com estes que me deparo agora, e diante disto sigo o conselho do poeta: ‘eu deixo a onda me acertar e o vento vai levando tudo embora’.
E neste texto um pouco mais longo, mais parecido com os do início, quero aceitar o que a vida propõe e ficar atento, em silêncio, para perceber o que se abre diante de mim, no dia que passo dos 40.000 views no blog, ainda me pergunto se alguém realmente deseja me ouvir?


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