Desde sempre escrevo, desenho e pinto com
a mão ‘esquerda’. Para martelo, serrote e até para escrever e pintar, se
preciso for, uso a mão ‘direita’. Sou o chamado ‘ambidestro’.
Tá, e daí?
Daí que o meu lado esquerdo curte como um
todo o que faço, tanto com a mão direita, quanto com a mão esquerda. Graças a
Deus meus neurônios e minhas células não fazem ocupações e nem protestos para
dominar minha mente ou meu corpo como um todo, eu coexisto em mim,
independentemente do lado que está predominando em determinada ação ou
trabalho.
Que isto me acrescenta? Você pode
perguntar.
O que quero dizer é que da mesma forma
deveríamos saber existir e coexistir apesar de nossas diferenças, mas hoje ser
direita é ser reacionário etc. Citar Karnal ou Cortella é ser esquerda e pensar
livremente se tornou algo inaceitável.
Tenho aprendido a tirar o bom de tudo,
reconhecer o que serve e descartar o que não me leva a lugar nenhum. Mas muitos
estão tão absortos em suas ideologias que esquecem que cada caso é um caso e
cada cabeça uma sentença.
Não se pensa por atacado, nem se vende
ideologias no varejo. Entender que aceitar ideias de quem quer que seja, mesmo
quando ‘representam’ algo que discordo é ser grande e nobre. Discordar mesmo
sabendo que há razão no que foi exposto, simplesmente porque quem disse não me
é agradável é ser pequeno e mesquinho.
Quem sabe que está certo não precisa da
aprovação de quem quer que seja, mas se não aceita os discordantes logo se faz
um obtuso que não têm ângulo de visão, talvez nem mesmo visão tenha.
Abra sua mente, não se deixe limitar. Só
tem certeza quem se questiona. Como disse o poeta, a dúvida é o preço da
pureza.
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