Não
sou dado a lamentações, acredito que elas a nada levam. Mas tem dias que a
gente precisa desabafar. Fui criticado há algum tempo por um vídeo que postei,
onde eu dizia que aqui em Butiá as pessoas preferem a mediocridade. Claro que
não são todos.
Mas
durante dois anos trabalhei com teatro amador, sem apoio, senão apenas de
alguns bons. Muitos já me disseram que gostariam de fazer, mas quando tínhamos
a oficina não apareciam.
Já
há algum tempo que ‘tento’ ajudar pessoas com problemas de dependência química.
Conto com o amigo e irmão na fé, Fabiano do Crerh. Internamos muitas pessoas
alguns ficaram outros não. Uns concluíram outros não. Uns recaíram outros não.
Não
costumo mencionar o que faço, mas tenho que dizer que realmente não entendo o
descaso. Muitos não querem de fato ‘sair’ da situação, outros saem mas não
resistem ao voltar e ver que os problemas estão todos ali, muitas vezes dentro
de casa. Os familiares não percebem que carecem de tratamento, tanto quanto o
dependente, adoecem juntos.
Hoje
estou encerrando as atividades do Grupo de Apoio, aqui em Butiá. Desisti? Não,
eu já estou limpo faz tempo. Não vou ajudar mais? Não, apenas vou ajudar quem
realmente quer. O que vi neste ano inteiro foi gente querendo se livrar de seus
problemas, gente querendo esconder que têm problemas e muito pouca gente
encarando o problema de frente.
Familiares
as vezes preferem a aflição das noites em claro sem saber dos seus, do que
gastar uma hora por semana para aprender a lidar com a situação. Dependentes que
tiram férias, dão um tempo e depois voltam sem mudar seu interior e ainda
culpando tudo e todos por seus fracassos.
Chega
um momento que se percebe que estamos lutando com algo muito grande e que
muitos sucumbem pelo simples fato de não quererem tratar o problema de verdade.
Que
Deus olhe para nós com muita misericórdia e piedade.
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