Nunca
fui nenhum Rei de Espadas, não brado lanças, não forjo armas nem preparo
guerras. Tampouco fui algum Rei de Paus, fechado, arquitetando maquiavelicamente
golpes ou levantes, sempre pronto a ofender.
Jamais
fui Rei de Ouros, nunca guardei riquezas ou tesouros, nem mesmo os persegui. Já
julgaram que pudesse ser um Rei de Copas, que se guia pelo coração, mas não os
vejo assim, acredito que estão mais para introspectivos e silenciosos, coisa
que não aprendi a ser.
Não
sou valete, nem dama e minha numeração e naipe sempre me foram confusos, nem,
de forma alguma eu sou ou fui um “Ás” de qualquer tipo.
Então
depois de muito me sentir “uma carta fora do baralho”, um que discorda, que não
se acomoda, que incomoda e perturba. Só então percebi a carta que restava.
Posso
ser todos os outros e nenhum. Completo o jogo, preencho a sequência. Mudo de naipe e de
valor conforme quem está do meu lado, sem deixar de ser eu mesmo.
Por
isso sorrio o tempo todo, por isto danço. Não estou envelopado em roupas
pomposas, não preciso ostentar e nem fingir. Sou o que sou e o meu valor eu
mesmo que sei. Mudo o jogo, defino ele e mesmo assim alguns acham que não tenho
valor.
Alguns
se acham melhores e dizem que se eu entro eu sujo o jogo, mas na verdade sofrem
porque queriam ser como eu, livre!
Sou
o único que pode fazer o que todos fazem, mas ninguém pode ocupar o meu lugar.
Meu nome?
Eu
sou o coringa do baralho no jogo desta vida.
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