Simetricamente bem alinhado, impecavelmente pintadas as
suas paredes, belas em cada detalhe. Qualquer um que observasse a pequena
construção diria se tratar de algo nobre e de valor inestimável. Todas, lado a
lado muito bem colocadas, azulejadas ou marmorizadas, outras até com adornos
de cobre, zinco e até bronze.
Mas é no seu interior que estava o problema (como
sempre), um festival de destruição, vermes devorando os restos de carne
putrefata, já denunciando ossos e entranhas, algo que jamais se pensaria se
tratar do Sr. Fulano de tal ou da Excelentíssima Senhora ‘como era mesmo o
nome?’. Aquilo não parecia, não poderiam serem ‘eles’.
Ei Zé, tá louco? Não meus queridos leitores,
estava descrevendo sepulturas por fora e por dentro. Do mesmo modo, muitas pessoas
andam assim: Alinhadas por fora, podres por dentro.
Descrever
um cemitério não é agradável eu sei, mas foi a melhor alegoria que encontrei
para o que queria trazer hoje. Cada dia mais as pessoas ‘ostentam’ realidades
surreais que só existem em suas mentes doentes.
A
‘autoimagem’ nem sempre é real, muitas vezes achamos ‘ser’ isto ou aquilo, mas
na verdade somos rasos, limitados e medíocres. Não percebemos nossa pobreza de
espírito e de alma. Muitos se auto intitulam muitas coisas, mas não dão conta
do básico de suas vidas, querem ganhar o mundo e perdem suas famílias, querem
ser grandes diante das pessoas mas não conseguem enxergar nada, mesmo que
esteja diante de seus olhos.
Não
serão roupas, nem posses, nem estilos, nem linguagens ou tribos que eternizarão
qualquer coisa, o Eterno não precisa de ‘tipos’, com aparência de
espiritualidade ou sabedoria. Nada, absolutamente nada que não vier da essência
do Amor terá qualquer valor para o ‘sempre’.
Que
Deus nos dê mais pessoas simples e autenticas em tudo. Que falem a verdade e
não as suas verdades, e que o amor não seja apenas falado, mas sim praticado em
cada atitude, por mais simples que seja.
Porque
de nós, no fim desta peregrinação, não levamos nada, seja o que for, se for material
ficará, quem sabe uma lápide apenas...
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